Mercado do Bolhão no Porto reabre em setembro após obras desde 2018

Quatro anos depois de obras de requalificação, o Mercado do Bolhão, ícone do Porto, reabre em setembro para garantir um “maior número de espaços a funcionar” e dar “tranquilidade à transferência dos comerciantes”, avançou hoje a Câmara do Porto.

Mercado do Bolhão no Porto reabre em setembro após obras desde 2018

“O Bolhão abre na primeira quinzena de setembro, ainda sem dia marcado. A empreitada está concluída e a nova data garante maior número de espaços em funcionamento e confere tranquilidade à transferência dos comerciantes”, avançou hoje à agência Lusa fonte oficial da Câmara Municipal do Porto.

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A nova data de abertura do Mercado do Bolhão foi anunciada esta tarde aos comerciantes numa reunião com autoridades da Câmara. Faz este mês quatro anos que os vendedores históricos estão a trabalhar no Mercado Temporário, localizado no piso -1 do Centro Comercial La Vie, a cerca de 200 metros da entrada Norte do Bolhão.

As obras de restauro e modernização do imóvel, que arrancaram em maio de 2018, estão agora concluídas, mas a abertura vai ser apenas em setembro para permitir ter um maior número de comerciantes e espaços em funcionamento na inauguração, uma vez que atrasos decorrentes da empreitada impossibilitaram a entrega das chaves nas datas inicialmente previstas.

“A decisão de definir esta data foi naturalmente muito ponderada e pesou todos os fatores em torno deste projeto emblemático da cidade. Seria mais simples assumir simplesmente a data anteriormente comunicada para a reabertura, a todo o custo, mas não seria responsável. Todos estamos ansiosos pelo dia da reabertura e o importante é assegurar as melhores condições para os comerciantes se instalarem”, declarou Cátia Meirinhos, vice-presidente do conselho de administração da empresa municipal GO Porto.

A Câmara entendeu que a “opção mais justa” seria apontar a abertura para setembro, não colocando em causa os “preparativos essenciais ao bom funcionamento dos negócios”, para respeitar o compromisso assumido com os comerciantes de disponibilizar seis meses para preparação dos seus espaços e considerando que alguns deles só receberam as chaves em fevereiro e março. Estes seis meses tornam-se particularmente relevantes para os comerciantes, num contexto de dificuldades e atrasos na contratação das obras em causa.

Segundo Cátia Meirinhos estão a ser realizadas no espaço as vistorias de obra e ensaios, bem como pequenas correções. “O Mercado já tem instalados os equipamentos nas bancas, faltando apenas instalar alguns acessórios, e a fixação da sinalética encontra-se também em curso. Em breve terão ainda início as visitas individuais com comerciantes, e dar-se-á início a processos como a emissão de novas licenças, formações para familiarização com os novos procedimentos de gestão do espaço, entre outras reuniões necessárias com os operadores e todas as entidades envolvidas”, explicou. Em março transato, numa reportagem realizada pela Lusa junto dos vendedores históricos, concluía-se que os lojistas iam pagar mais cinco/seis vezes de renda, comparando com o que pagam no Mercado Temporário, mas a maioria dos entrevistados estava conformada e ansiava por melhores condições.

Nuno Fernandes, filho da proprietária do restaurante “D. Gina”, conta que atualmente paga cerca de 200 euros pelo espaço de restauração com 38 metros quadrados (m2) no Mercado Temporário do Bolhão. No novo espaço irá pagar uma mensalidade a rondar os 1.100 euros, mas vai ter direito a 98 m2 com capacidade para 70 lugares. “As rendas vão ser mais caras, mas que remédio”, exclama Nuno Fernandes, ciente que vai pagar para ter “condições melhores e mais dignas” para trabalhar.

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“Antigamente era só baratas”, recorda Nuno Fernandes, assumindo que está ansioso para regressar ao Bolhão, e crente que no final de agosto deve acontecer o “milagre” do regresso ao mercado restaurado. Para uma parte dos históricos do Bolhão, o valor do metro quadrado custa “8,88 euros”, mas para os novos comerciantes a base do m2 vai ser o dobro, ou seja, 16 euros por m2, podendo chegar aos 21 ou até 50 euros, conforme os pisos, explicou à Lusa fonte da autarquia.

A empreitada de restauro do Mercado do Bolhão foi consignada oficialmente a 15 de maio de 2018, prevendo-se, à data, um prazo de dois anos para a conclusão dos trabalhos. Mas em dezembro de 2019, a autarquia anunciava que as obras de requalificação iriam ser prolongadas por mais um ano, devido à necessidade de alterar “o método construtivo”. O Mercado do Bolhão reabre em setembro, ou seja, dois anos e quatro meses depois da data prevista inicialmente.

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