Milhares fogem de incêndios na Grécia e na Turquia
Milhares de pessoas fugiram de incêndios que continuam a assolar hoje a Grécia e a Turquia, onde uma prolongada onda de calor transformou florestas em barris de pólvora e ameaçou povoações e locais históricos.
Na ilha grega de Evia, a guarda costeira montou uma operação para retirar centenas de pessoas por mar, usando barcos-patrulha, assim como embarcações de pesca e privadas para resgatar residentes e turistas.
O porta-voz da guarda costeira Nicos Kokkalas disse à emissora estatal grega ERT que 653 pessoas foram retiradas de praias no nordeste de Evia. Dezenas de outras aldeias e bairros foram evacuados na zona sul do Peloponeso e a norte da capital grega. Os cerca de 2.000 refugiados do campo de Malakasa, a cerca de 40 quilómetros de Atenas, estão entre os que foram retirados devido ao avanço do fogo.
A temperatura na Grécia já atingiu os 45 graus Celsius e contam-se pelo menos 20 feridos, incluindo quatro bombeiros, dois dos quais se encontram nos cuidados intensivos, segundo o Ministério da Saúde.
Na vizinha Turquia, os incêndios florestais, descritos como os piores em décadas, atingiram a costa sul nos últimos 10 dias, matando oito pessoas.
As autoridades evacuaram hoje mais seis zonas perto da cidade de Milas, na província de Mugla, quando um incêndio florestal alimentado por ventos fortes ficou a cerca de cinco quilómetros de uma central de eletricidade. Só na província de Mugla, pelo menos 36.000 pessoas tiveram de ser retiradas para um local seguro, segundo as autoridades.
Na Grécia, mais de 1.000 bombeiros e quase 20 aviões estão a combater os incêndios florestais e vários países europeus já enviaram ajuda. Os incêndios também perturbaram a vacinação contra a covid-19, que foi suspensa nos centros das áreas afetadas. O Ministério da Saúde grego indicou que as consultas podem ser remarcadas quando as condições o permitirem.
“O nosso país enfrenta uma situação extremamente crítica”, disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, num discurso transmitido na televisão na quinta-feira à noite.
“A nossa prioridade é sempre a proteção da vida humana, seguida da propriedade, do ambiente natural e da infraestrutura crítica. Infelizmente, nestas circunstâncias, alcançar todos esses objetivos ao mesmo tempo é impossível”, adiantou.
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