MNE diz que líder do Governo de Macau vai visitar Portugal este ano

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse hoje que o líder do Governo de Macau vai visitar Portugal este ano e que as restrições à residência de portugueses estão na agenda bilateral.

MNE diz que líder do Governo de Macau vai visitar Portugal este ano

Sam Hou Fai deverá visitar Portugal “imediatamente antes de agosto ou em setembro”, disse o chefe da diplomacia portuguesa aos jornalistas, depois de um encontro com o chefe do Executivo de Macau.

Rangel sublinhou que é o primeiro ministro de Negócios Estrangeiros a visitar Macau desde a tomada de posse, em 20 de dezembro, de Sam Hou Fai, cuja visita a Portugal será a primeira deslocação ao estrangeiro.

“Há aqui claramente também um alinhamento das prioridades que é altamente simbólico”, disse o diplomata, à margem de um encontro com a comunidade portuguesa em Macau.

Questionado sobre as restrições à residência de portugueses, Rangel disse que falou com Sam Hou Fai “sobre todas as questões que são relevantes para a relação entre Portugal e a Região Administrativa Especial de Macau” (RAEM).

“Mas, como se trata de um diálogo que está em curso, tenho o dever de dar a oportunidade a que possamos, com as questões que foram levantadas de uma parte e da outra, termos agora espaço e tempo para construirmos soluções”, acrescentou.

Rangel disse que o “seguimento do diálogo” encetado hoje com Sam Hou Fai acontecerá numa reunião da Comissão Mista Portugal–RAEM, “que será organizada, em princípio, no segundo semestre aqui em Macau”.

O anterior líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, tinha anunciado para 2024 a sétima reunião desta comissão, criada em 2002, mas isso acabou por não acontecer.

Macau não aceita desde agosto de 2023 novos pedidos de residência para portugueses, para o “exercício de funções técnicas especializadas”, permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação ao território.

As orientações eliminam uma prática firmada após a transição de Macau, em 1999. A alternativa para um português garantir o bilhete de identidade de residente (BIR) passa agora por uma candidatura aos recentes programas de captação de quadros qualificados.

Outra hipótese é a emissão de um ‘blue card’, autorização limitada ao vínculo laboral, sem os benefícios dos residentes, nomeadamente ao nível da saúde ou da educação.

É percetível um “endurecimento relativamente aos portugueses” em matéria de imigração, disse à Lusa, antes da visita de Rangel, a presidente da Casa de Portugal em Macau.

Maria Amélia António sublinhou, porém, não poder afirmar categoricamente se a mudança de posição está relacionada com um afastamento entre a China e o Ocidente, incluindo Portugal.

Os censos de 2021 indicam mais de 2.200 pessoas nascidas em Portugal a viver em Macau. A última estimativa dada à Lusa pelo Consulado-geral de Portugal apontava para cerca de 155 mil portadores de passaporte português entre os residentes de Macau e Hong Kong.

VQ (CAD/JMC/EJ) // JMC

By Impala News / Lusa

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