Moçambicano MDM vê protestos e acordo político como “momento marcante” quando comemora 16 anos

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), quarta força parlamentar, considerou hoje “momento marcante da história” do país as manifestações pós-eleitorais e o acordo político para restabelecer a paz, ao assinalar 16 anos da sua criação.

Moçambicano MDM vê protestos e acordo político como

“As celebrações do 16.º aniversário da fundação do Movimento Democrático de Moçambique acontecem num momento marcante da história da nossa pátria amada, [nomeadamente] as manifestações e protestos depois da realização de eleições manipuladas e a assinatura do compromisso político para o diálogo nacional inclusivo”, lê-se num comunicado divulgado pelo MDM, assinado por Lutero Simango, presidente do partido.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, ex-candidato presidencial, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Na quarta-feira, o Presidente moçambicano e os principais partidos políticos de Moçambique assinaram, em Maputo, um acordo focado em reformas estatais, no âmbito do diálogo político para o fim da crise pós-eleitoral no país.

“É um compromisso que se debruça sobre o Estado como um todo e não sobre pessoas e nem privilégios ou benesses de um grupo de pessoas ou de uma pessoa. É uma ação de outra ordem para discutir o país”, declarou o chefe de Estado, após assinar o compromisso com nove formações políticas.

O autarca da Beira, Albano Carige, único eleito pelo MDM, defendeu, também na quarta-feira, que Venâncio Mondlane devia integrar os acordos entre o Governo e a oposição, considerando que a sua ausência pode contribuir para a não implementação desse entendimento.

“O Venâncio Mondlane e´ um ator principal da instabilidade que o país vive. Os partidos políticos, o Presidente da República deve ter coragem de buscar este moçambicano e dizer a ele: olha, o que e´ que no´s devemos fazer para manter Moçambique com o futuro”, disse Albano Carige, presidente do conselho autárquico da Beira, província de Sofala, centro do país.

No dia da assinatura do acordo, pelo menos 16 pessoas foram baleadas entre os apoiantes que acompanhavam uma passeata liderada por Venâncio Mondlane em Maputo, avançou a Plataforma Eleitoral Decide.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a mesma plataforma.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Atualmente, os protestos pós-eleitorais, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

 

LN (JYJE/PVJ/LYCE) // VM

By Impala News / Lusa

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