Moedas diz que Lisboa conseguiu atenuar efeitos da greve dos trabalhadores da higiene urbana

A cidade de Lisboa conseguiu “atenuar muito mais” do que se esperava os efeitos da greve dos trabalhadores da higiene urbana entre o Natal e o Ano Novo, afirmou hoje o presidente da câmara, sublinhando que foram dias “muito difíceis”.

Moedas diz que Lisboa conseguiu atenuar efeitos da greve dos trabalhadores da higiene urbana

“Penso que, apesar da dificuldade, mostrámos que estávamos preparados como cidade”, disse o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), numa conferência de imprensa nos Paços do Concelho para balanço da greve dos trabalhadores da higiene urbana.

Carlos Moedas começou por agradecer a todos os que colaboraram para atenuar os efeitos desta greve, nomeadamente os lisboetas, os grandes produtores de lixo como a hotelaria, o comércio e a restauração, os presidentes de juntas de freguesias, a equipa de gestão de crise e os trabalhadores da higiene urbana que estiveram ao serviço durante este período.

“Acho que conseguimos atenuar muito mais do que todos estavam à espera, pelo trabalho da equipa de crise, pelo trabalho das juntas de freguesia, por tudo isso”, declarou o autarca, referindo que já se previa que os efeitos desta greve iam durar vários dias, uma vez que a cidade de Lisboa recolhe diariamente cerca de 900 toneladas de lixo.

Apelando à paciência dos lisboetas, o presidente da câmara reforçou que “os efeitos da greve ainda não acabaram” e perspetivou que a situação deverá estar resolvida “nos próximos quatro dias”.

Sobre a participação dos trabalhadores nesta greve, Carlos Moedas disse que, à exceção da noite de 01 para 02 de janeiro, a taxa de adesão foi “sempre inferior aos 50%”, indicando que no dia 26 de dezembro foi de 48,1%, no dia 27 foi de 44,6%, no dia 28 foi de 34,5% e no dia 29 foi de 22,8%.

A maior adesão à greve foi registada na noite de 01 para 02 de janeiro, com 53% de participação, indicou o autarca, rejeitando qualquer relação entre os números de adesão e os baixos salários destes trabalhadores.

Para o presidente da câmara, os números sobre a adesão à greve refletem “muito bem o reconhecimento do trabalho” deste executivo municipal em responder às reivindicações dos trabalhadores da higiene urbana, inclusive o acordo celebrado em junho de 2023 com os sindicatos.

Carlos Moedas reiterou que esse acordo está executado em 80% e está a ser cumprido todos os dias, informação de que os sindicatos dos trabalhadores da higiene urbana discordam.

O presidente da câmara voltou a defender que esta foi “uma greve injusta”, nomeadamente porque os sindicatos se recusaram a negociar.

Em causa está a greve dos trabalhadores da higiene urbana em Lisboa, entre o Natal e o Ano Novo, que foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) devido à ausência de respostas do executivo municipal aos problemas que afetam o setor, em particular o cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

A greve foi geral nos dias 26 e 27 de dezembro e contou com serviços mínimos entre 26 e 28 de dezembro, com a realização de 71 circuitos diários de recolha de lixo, envolvendo 167 trabalhadores.

Paralelamente, houve também greve ao trabalho extraordinário, que se iniciou em 25 dezembro e se prolongou até terça-feira (dia 31 de dezembro), e uma paralisação no dia de Ano Novo, prevista apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22:00 de quarta-feira e as 06:00 de quinta-feira.

SSM // JLG

By Impala News / Lusa

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