Morreu líder histórico da extrema-direita francesa Jean-Marie Le Pen
O líder histórico da extrema-direita francesa, Jean-Marie Le Pen, morreu, aos 96 anos, anunciou hoje a família à agência France-Presse.
“Jean-Marie Le Pen, rodeado pela sua família, foi chamado de volta a Deus às 12:00 [11h00 em Lisboa] de terça-feira”, declarou a família num comunicado enviado à AFP.
Jean-Marie Le Pen (Trinité-sur-Mer, 20 de Junho de 1928 – Garches, 7 de janeiro de 2025) foi um político francês. Presidiu, até janeiro de 2011, a Frente Nacional, partido nacionalista de extrema-direita no espectro político da França. Foi cinco vezes candidato à presidência da França (1974, 1988, 1995, 2002 e 2007) pelo partido; em 2002, passou para o segundo turno das eleições presidenciais, perdendo para Jacques Chirac.
Le Pen foi comparado a Ronald Reagan, dos Estados Unidos, sendo conhecido por defender políticas radicais visando diminuir a violência e o desemprego na França, entre elas a volta da pena de morte, maior restrição à entrada de imigrantes na França – em especial de países do leste europeu e de fora da Europa -, além de uma maior autonomia política e legislativa da França em relação às diretivas emanadas da União Europeia.
Afirma que a maior parte dos políticos e da imprensa franceses são corruptos e não se comprometem com os interesses das pessoas comuns e da nação francesa. Faz sempre apelos patrióticos, como as manifestações em frente à estátua de Joana D’Arc em Paris. Sua progressão na década de 1980 ficou conhecida como a “lepenização dos espíritos”; seus discursos polêmicos e sua integração na vida pública fizeram dele uma figura que polariza a opinião, considerada como o “Diabo da República” entre oponentes ou o “último samurai na política” entre partidários.
Como outros candidatos da extrema-direita europeia, sua campanha eleitoral era baseada na oposição à imigração sem controle para a França. Foi condenado diversas vezes por declarações de cunho antissemita, racista, xenofóbico, e de negação de fatos históricos sobre o Holocausto — por isso acusado por especialistas no tema de praticar uma “negação suave” do genocídio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 2015, Le Pen acabou expulso do próprio partido ao ser “submetido a um procedimento disciplinar depois de declarações polêmicas sobre o Holocausto”, sendo substituído por sua filha, Marine Le Pen. Faleceu aos 96 anos, “cercado por sua família”, conforme informou a família em nota divulgada às agências francesas.
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