Mortágua diz que extrema-direita é “o novo rosto dos donos disto tudo”
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, acusou hoje a extrema-direita de ser “o novo rosto dos donos disto tudo” e de desviar as atenções para “o vizinho imigrante” para não se olhar para os fundos de investimento.
“O poder da extrema-direita vem do poder financeiro que apoia a extrema-direita. A extrema-direita tem poder porque é o novo rosto dos donos disto tudo, porque representa uma elite financeira, uma elite económica, o poder económico, porque é representante da ganância. É paga pela ganância, porque serve a ganância”, disse Mariana Mortágua.
Para a dirigente bloquista, que falava num almoço comício em Boliqueime, no concelho de Loulé, no âmbito da pré-campanha para as eleições europeias, a extrema-direita “tem um papel, que é desviar atenções”, enquanto protege e beneficia esses “grandes interesses económicos”.
“O que nos diz a extrema-direita é sempre o mesmo: não olhes para o fundo de investimento que ficou com a tua casa, não olhes para o fundo de investimento que aumentou a tua renda, olha para o vizinho que paga a mesma renda que tu mas tem um apoio social, olha para o imigrante que não tem casa, não tem onde viver, olha para o imigrante, nunca olhes para o fundo de investimento que ficou com a tua casa e que te aumenta a renda todos os meses até não teres dinheiro para pagar a conta da luz”, sublinhou.
Segundo Mariana Mortágua, “é assim à escala dos Estados Unidos com o Donald Trump, e é assim em Portugal com o partido Chega”, que criticou por defender o regresso dos ‘vistos gold’.
“O Chega é tão patriota, mas tão patriota, que não dá vistos de residência, vende vistos de residência para quem tiver dinheiro para pagar, para quem tiver meio milhão de euros para comprar uma casa. E não faz perguntas, não quer saber se esse dinheiro é de corrupção, se é de lavagem de dinheiro, se esse dinheiro vem de compradores que falam ou não português. Não lhes interessa”, frisou.
A coordenadora do BE referiu que a extrema-direita “culpa os imigrantes para que nunca ninguém saiba que os culpados” da situação no país “é quem lucrou com tanta exploração, com tanta pobreza”.
“A direita está a enganar os portugueses, e está a enganar os algarvios”, apontou, em alusão ao facto de o Chega ter sido o partido mais votado no Algarve nas últimas legislativas.
Mariana Mortágua reforçou ainda que “a única coisa que o Governo do PSD diz que vem acrescentar a esta situação desastrosa é mais construção, mais benefícios fiscais, mais privilégio, mais poder para aqueles que já têm tanto poder”.
A dirigente bloquista afirmou que “o Algarve não é o ‘resort’ da Europa, não é o ‘offshore’ da Europa”, e salientou que o partido tem a mesma luta e o mesmo compromisso, quer no país quer em Bruxelas.
“Temos a mesma luta pela vida boa, para que toda a gente possa ter uma casa, um salário digno, um emprego digno. Aqui como em Bruxelas, a mesma determinação, com a autodeterminação dos povos, o mesmo compromisso com a autodeterminação dos povos. Paz na Ucrânia e Israel fora de Rafah. Respeito pelos direitos humanos”, concluiu.
EYP // MAG
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram