Junta militar de Myanmar anuncia redução de pena de Aung San Suu Kyi
A pena de prisão de Aung San Suu Kyi, a líder deposta em Myanmar e Prémio Nobel da Paz em 1991, foi reduzida de quatro para dois anos, anunciou hoje o líder da junta militar.
O ex-presidente Win Myint, condenado nos mesmos termos, também viu a sua pena reduzida para dois anos. Ambos foram considerados culpados de incitamento a distúrbios públicos e violação dos regulamentos sanitários da covid-19. A condenação de Suu Kyi provocou severas reações por parte da comunidade internacional. Num comunicado, a presidente do comité que lhe concedeu o Nobel da Paz, Berit Reiss-Andersen, disse hoje estar “preocupada” com o que esta prisão significa para o futuro de Myanmar (antiga Birmânia) e “preocupada com o dano que uma longa pena de prisão pode custar pessoalmente a Aung San Suu Kyi”.
Também os Estados Unidos classificaram como “injusta” a sentença da política birmanesa, dizendo que foi “uma afronta à democracia e à justiça em Myanmar”. “Pedimos ao regime para que liberte Aung San Suu Kyi e todos os detidos injustamente, incluindo outras autoridades eleitas democraticamente”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num comunicado. Desde o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi em fevereiro, o exército reprimiu violentamente as manifestações contra o regime, em ações que levaram à detenção de cerca de dez mil pessoas e à morte de pelo menos 1.300 civis, de acordo com a organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos.
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