Novo candidato de extrema-direita romena excluído da corrida presidencial

Novo candidato de extrema-direita romena excluído da corrida presidencial

A Comissão Eleitoral romena excluiu hoje um segundo candidato de extrema-direita à corrida presidencial, depois de já ter rejeitado a candidatura de Calin Georgescu, num clima de grande tensão na corrida para as eleições de maio.

Num comunicado de imprensa, o organismo anunciou a decisão de rejeitar a candidatura de Diana Sosoaca sem dar quaisquer explicações nesta fase.

A eurodeputada, de 49 anos, já tinha sido excluída das eleições anteriores, em novembro, que foram entretanto anuladas.

Na altura, o Tribunal Constitucional considerou as suas declarações contrárias aos “valores democráticos” e uma ameaça à adesão da Roménia à União Europeia (UE) e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

“Sou a prova de que não estamos a viver numa democracia”, reagiu a ex-senadora no Facebook, acrescentando que tencionava recorrer da decisão.

Na quinta-feira, Sosoaca apresentou a candidatura e afirmou-se “pronta para lutar mais uma vez contra o sistema”.

Esta tempestuosa advogada, que, à semelhança do ‘slogan’ criado pelo Presidente dos Estados Unidos MAGA (“Make América Great Again”), quer “tornar a Europa e a Roménia grandes de novo”, é acusada de transmitir mensagens de propaganda favoráveis ao Kremlin e opiniões antissemitas.

Conhecida pela oposição às medidas anticovid, Sosoaca foi expulsa do hemiciclo de Estrasburgo em julho de 2024, após ter interrompido os debates aos gritos.

O seu pequeno partido S.O.S Roménia obteve cerca de 7% dos votos nas eleições legislativas de dezembro, o que lhe permitiu obter 24 lugares no Parlamento.

Por outro lado, a Comissão Eleitoral validou a candidatura do líder do partido Aliança para a Unidade da Roménia (AUR), George Simion, a figura de extrema-direita mais bem colocada desde a exclusão de Georgescu.

Simion já anunciou que a sua candidatura passou o “primeiro filtro”, embora ainda precise da aprovação do Tribunal Constitucional.

O líder da AUR afirmou-se confiante de que poderá candidatar-se e que “a democracia vai regressar”, como ele próprio explicou nas suas redes sociais.

Por outro lado, para a AUR, a rejeição da candidatura de Diana Sosoaca “representa um novo golpe para a democracia romena e uma grave violação dos direitos e liberdades fundamentais”.

O empresário Elon Musk, um conselheiro próximo de Trump, deu-lhe o seu apoio na rede social X e o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, criticou as autoridades romenas por terem “tanto medo do seu povo que o silenciam”.

Com a Roménia mergulhada num caos político, os romenos são chamados a votar a 04 de maio para renovar a presidência, depois de o Tribunal Constitucional ter decidido, em dezembro, dois dias antes da segunda volta das eleições, anular um processo marcado pela sombra de irregularidades e pela interferência russa. 

Já esta semana, Georgescu foi novamente excluído, mas definitivamente, do escrutínio, cuja primeira volta está marcada para 04 de maio.

Georgescu, que venceu a primeira volta do processo falhado contra todas as probabilidades, está agora a ser investigado por uma série de crimes, incluindo alegada falsificação de dados financeiros da campanha e envolvimento numa organização fascista. Ainda não apoiou nenhum candidato para as próximas eleições.

 

JSD // FPA

By Impala News / Lusa

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