Novos ataques israelitas no norte de Gaza causam 29 mortos

As autoridades palestinianas afirmaram hoje que pelo menos 29 pessoas foram mortas, incluindo quatro membros do pessoal médico, quando os ataques israelitas atingiram a área em torno de um dos últimos hospitais que restam no norte de Gaza.

Novos ataques israelitas no norte de Gaza causam 29 mortos

Sem avançar pormenores, as autoridades locais lembram que, sexta-feira, outros 20 palestinianos foram mortos, incluindo seis crianças, num bombardeamento israelita contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, citada pela agência espanhola EFE.

“As nossas equipas recuperaram vários corpos, incluindo crianças, e um grande número de feridos, depois de Israel ter atacado uma casa pertencente à família Al Madi e danificado casas vizinhas no Bloco C do campo de Nuseirat”, disse o porta-voz da Defesa Civil do enclave, Mahmud Basal, citado pelas agências.

Segundo as autoridades de saúde de Gaza, cerca de 63 pessoas foram mortas ao longo do dia por ataques do exército, 35 das quais na área sitiada no norte da faixa, que inclui as cidades de Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun.

Por outro lado, um outro ataque da artilharia israelita matou uma rapariga esta tarde numa das tendas de refugiados em Nuseirat.

As forças de segurança israelitas mataram hoje de manhã um palestiniano depois de, referiram, este os ter atacado num posto fronteiriço na Cisjordânia ocupada por Israel, informou a polícia.

O homem disparou petardos contra as forças de segurança no posto de controlo e ameaçou-as com uma faca, segundo o comunicado da polícia. O homem usava uma t-shirt com o símbolo do grupo militante Estado Islâmico, segundo observou um jornalista da agência noticiosa Associated Press (AP).

Os disparos israelitas mataram pelo menos 700 palestinianos na Cisjordânia desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, no ano passado, segundo as autoridades sanitárias palestinianas. Durante esse período, os combatentes palestinianos lançaram uma série de ataques contra soldados nos postos de controlo e dentro de Israel.

Uma nova ronda de negociações para uma trégua na Faixa de Gaza poderá “muito provavelmente” começar na próxima semana no Cairo, disse hoje à AFP uma fonte próxima da delegação palestiniana do Hamas.

A fonte disse que, tendo em conta os contactos com os mediadores, se espera que a nova ronda negocial se inicie muito provavelmente na próxima semana, para discutir ideias e propostas para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel e de reféns feitos em Gaza em 07 de outubro de 2023.

Segundo a fonte, o Egito, Qatar, Turquia e outras partes estão a fazer esforços para acabar com a guerra.

Bassem Naïm, membro do gabinete político do Hamas, indicou hoje que os mediadores foram informados ao longo da semana que o movimento islamita estava disposto a mostrar flexibilidade para chegar a um acordo” e a “aplicá-lo, incluindo um calendário […] para a retirada total das forças israelitas das zonas-chave” de Gaza.

Estas incluem o corredor de Filadélfia, que é a faixa de fronteira com o Egito, e o corredor de Netzarim, a zona tampão criada pelo exército israelita que separa o norte da Faixa de Gaza do resto do pequeno território palestiniano.

A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou que morreram em cativeiro.

Na operação, o Hamas sequestrou também cerca de 250 israelitas e pessoas de outras nacionalidades.

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza fez 44.612 mortos, na sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

Desde o início da guerra, apenas uma trégua que envolveu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos entrou em vigor, em novembro de 2023.

A guerra de Israel contra o Hamas também destruiu vastas áreas de Gaza e deslocou 90% da população de 2,3 milhões de pessoas, muitas vezes em várias ocasiões.

 

JSD // MAG

By Impala News / Lusa

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