ONU ainda aguarda provas de vida credíveis da princesa Latifa

A ONU afirmou hoje que ainda aguarda provas de vida credíveis da princesa Latifa, após duas imagens da filha do emir do Dubai, alegadamente retida contra a sua vontade, terem sido recentemente publicadas numa rede social.

ONU ainda aguarda provas de vida credíveis da princesa Latifa

Nos últimos dias, duas fotografias onde alegadamente aparece a princesa Latifa foram publicadas numa conta não identificada na rede social Instagram, cerca de três meses depois de alguns canais de televisão britânicos terem divulgado um vídeo em que a própria dizia que estava feita refém e que admitia temer pela própria vida.

A autenticidade das fotografias ainda não foi validada nem foi possível precisar a data em que foram tiradas, segundo a agência noticiosa AFP.

As autoridades do Dubai ainda não fizeram qualquer comentário sobre estas imagens que mostram alegadamente a princesa em dois locais públicos (no exterior de um cinema num centro comercial e também no exterior de um restaurante) naquele emirado.

Em fevereiro passado, o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos informou que tinha pedido aos Emirados Árabes Unidos provas de vida da princesa, de 35 anos, filha de Mohammed bin Rashid Al Maktoum, emir do Dubai e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, reconhecido como um dos mais abastados e conservadores líderes mundiais.

Em 2018, a princesa tentou fugir a bordo de uma embarcação da rica cidade-Estado do Golfo, mas a fuga não foi bem-sucedida e terá sido forçada a regressar.

Latifa não é vista em público desde essa tentativa de fuga.

O Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos recusou-se hoje a comentar as fotografias publicadas no Instagram, indicando, no entanto, que os contactos com os Emirados Árabes Unidos a propósito do caso da princesa Latifa se mantêm.

“O Governo dos Emiratos Árabes Unidos tem tido contactos connosco, tanto ao nível governamental como diplomático, em diversas ocasiões ao longo das últimas semanas e esses contactos prosseguem”, afirmou o porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, em declarações aos jornalistas.

E acrescentou: “Afirmaram que iriam fornecer provas de vida credíveis relativas ao caso de Latifa. (…) Portanto, aguardamos a sua próxima iniciativa a este respeito e iremos analisar cuidadosamente qualquer proposta”.

Em 19 de fevereiro, a embaixada dos Emirados em Londres emitiu uma declaração, a afirmar que a família tinha confirmado que a princesa estava a ser cuidada em casa, apoiada por familiares e por profissionais médicos.

“O seu estado continua a melhorar e esperamos que ela volte à vida pública no devido tempo”, referiu então a mesma nota.

Um dia antes, várias organizações de defesa dos direitos humanos tinham apelado à ONU para que tratasse do caso da princesa Latifa.

As organizações não-governamentais acusam regularmente os Emirados de violarem os direitos humanos e de reprimirem as vozes críticas.

 

 

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