ONU denuncia aumento de execuções de prisioneiros de guerra pela Rússia

A ONU denunciou e condenou hoje o aumento do número de execuções de soldados ucranianos mantidos em cativeiro pelas forças russas nos últimos meses, fazendo eco de acusações de Kiev.

ONU denuncia aumento de execuções de prisioneiros de guerra pela Rússia

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há quase três anos, Moscovo e Kiev têm-se acusado regularmente de matar prisioneiros de guerra, o que constitui um crime de guerra. “Muitos soldados ucranianos que se renderam ou estavam sob custódia física das forças armadas russas foram mortos a tiro no local. Testemunhas descreveram também o assassínio de soldados ucranianos desarmados e feridos”, disse a ONU.

A Missão de Observação dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia (HRMMU, na sigla em inglês) afirmou ter “registado 79 execuções deste tipo em 24 incidentes separados” desde o final de agosto. A informação baseia-se na “análise de material vídeo e fotográfico publicado por fontes ucranianas e russas” que mostra as execuções, disse a missão num comunicado citado pela agência francesa AFP.

As figuras públicas russas “apelaram explicitamente ao tratamento desumano, ou mesmo à execução, dos militares ucranianos capturados”, afirmou a chefe da missão da ONU, Danielle Bell. “Combinadas com as leis de amnistia geral, estas declarações podem incitar ou encorajar comportamentos ilegais”, acrescentou, citada no comunicado. A missão explicou que, em 2024, também registou a execução de um soldado russo “ferido e incapacitado” pelas forças armadas ucranianas.

O Provedor dos Direitos Humanos ucraniano, Dmytro Loubinets, solicita regularmente às Nações Unidas e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que investiguem as execuções extrajudiciais de soldados ucranianos em cativeiro. Desconhece-se o número de vítimas civis e militares da guerra desencadeada pela invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.

Impala Instagram


RELACIONADOS