Os planos ambiciosos para uma Lisboa mais moderna
O ex-comissário europeu Carlos Moedas foi o grande vencedor das eleições autárquicas e auguram-se mudanças ambiciosas em diferentes áreas sociais e económicas.
O ano de 2021 marca um momento histórico para a cidade de Lisboa, que viu a Câmara Municipal mudar de cores de forma surpreendente e com muito drama à mistura, que se estendeu madrugada adentro. O ex-comissário europeu Carlos Moedas foi o grande vencedor das eleições autárquicas e auguram-se mudanças ambiciosas em diferentes áreas sociais e económicas.
Começando pela saúde, a autarquia irá oferecer seguros de saúde gratuitos aos utentes com mais de 65 anos que tenham essa necessidade. A ideia surge de mão dada com outra medida que visa proteger os mais velhos: a criação de repúblicas seniores por parte da Câmara Municipal de Lisboa, onde os idosos possam habitar de modo partilhado e autónomo.
Carlos Moedas tem também o objetivo de eliminar o pagamento de impostos em cerca de 5%, excluindo o pagamento de uma parcela do IRS que é definida pelo concelho onde se vive. Esta medida visa aligeirar o peso fiscal dos moradores da cidade para que essa verba possa ser redistribuída pela economia.
As empresas são um dos alvos prioritários do novo executivo e os próximos anos são, segundo Moedas, “a oportunidade para se colocarem de pé” depois de um ano difícil. Essa retoma será feita através do cheque Recuperar +, que consiste num apoio a fundo perdido para pequenas e médias empresas que pretendam investir em Lisboa nos setores da cultura, artes, indústria, restauração, comércio e retalho.
Esta medida enquadra-se na ambição que o novo presidente da câmara tem de fazer de Lisboa a nova capital da inovação da Europa, com um forte investimento em empreendedorismo, e numa “fábrica de unicórnios”. A ideia baseia-se na sinergia entre diferentes entidades ligadas ao empreendedorismo e na criação de um espaço que vai munir as startups de ferramentas para que se possam tornar unicórnios (startups que possuem uma avaliação de mais de 1 bilião de dólares).
Carlos Moedas não esquece a cultura, o turismo e a sustentabilidade
A cultura será outro setor que será objeto de melhoria e medidas contrastantes do mandato de Fernando Medina. Para o efeito, perspetiva-se a construção de casas de cultura em todas as freguesias, onde se criem oportunidades de carreira nas artes (música, teatro, dança, etc.) e onde pessoas com interesses comuns possam interagir.
Tanto a cultura como todos os outros setores estarão envolvidos num plano de potenciação do turismo, que será feito com a promoção da estadia de visitantes estrangeiros e aumentando a oferta de experiências na região. Este incentivo deverá também beneficiar setores intimamente ligados ao turismo como, por exemplo, as plataformas de arrendamento de curta duração e as empresas de aluguer de carros em Lisboa, cujo valor a ser pago pela prestação de seus serviços varia ao longo do ano, a depender da época.
Seguindo as intenções do novo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a questão da mobilidade foi um dos pratos fortes ao longo da campanha e dos debates autárquicos, havendo o claro objetivo de baixar o preço do estacionamento em 50% e melhorar o trânsito nas principais vias que servem a capital do país. Estas medidas visam também uma cidade mais sustentável e uma melhor qualidade do ar, que surgem ligadas à famosa “economia azul”, ou seja, a criação de infraestruturas para tornar Lisboa na grande referência da economia do mar e focar essas atividades em setores mais amigos do ambiente. Trata-se de um plano ambicioso que converge em muitos pontos com o anterior executivo e que começará a ser visível já no próximo ano com o início de algumas destas iniciativas.
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