Pacote de ajuda a Ucrânia e a Israel avança no Congresso dos EUA
A Câmara de Representantes do Congresso dos EUA deu hoje sinais de que pode aprovar no sábado o pacote de ajuda externa para a Ucrânia, Israel e Taiwan, apesar da oposição da fação radical da bancada republicana.
O projeto de lei — que inclui um auxílio no valor de 95 mil milhões de dólares (cerca de 90 mil milhões de euros) – permaneceu bloqueado na Câmara de Representantes durante meses devido à oposição de um grupo de congressistas republicanos próximos do ex-presidente Donald Trump.
Hoje, o projeto foi sujeito a um voto processual que venceu com 316 votos a favor (com a participação de republicanos e democratas) e 94 contra, abrindo caminho para que possa ser aprovado em plenário no sábado.
O plano do líder da maioria republicana na Câmara de Representantes, Mike Johnson, é dividir a aprovação do projeto em quatro votações que terão início ao meio-dia de sábado.
O pacote prevê 61 mil milhões de dólares (cerca de 57 mil milhões de euros) em armas para a Ucrânia, uma parte dos quais será entregue através de empréstimos, para acalmar as preocupações de vários republicanos.
A proposta inclui ainda outra forma de ajuda militar a Israel, bem como ajuda humanitária à Faixa de Gaza, o que facilita o apoio dos democratas mais progressistas.
Uma terceira votação centrar-se-á nos recursos para rivalizar com a China no Indo-Pacífico, incluindo o financiamento para Taiwan.
Espera-se também que uma quarta votação reúna diversas exigências republicanas, como a imposição de sanções ao Irão, à Rússia e à China, bem como um potencial veto ao uso interno da rede social chinesa TikTok.
Caso sejam aprovadas pela Câmara de Representantes, estas propostas terão ainda de passar pelo Senado, onde um projeto muito semelhante já foi aprovado em fevereiro passado, não sendo previstas dificuldades.
O projeto de lei será posteriormente sancionado pelo Presidente Joe Biden, que tem insistido desde outubro do ano passado que o Congresso aprove novos financiamentos para a Ucrânia e Israel.
Durante meses, Mike Johnson recusou-se a colocar em votação a ajuda externa solicitada por Biden porque a ala mais radical do Partido Republicano se opõe à aprovação de mais ajuda militar para a Ucrânia – uma posição que o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump tem promovido.
No entanto, o ataque do Irão a Israel, no passado sábado, pressionou Johnson para que avançasse pelo menos a proposta de ajuda a Israel, o principal aliado dos Estados Unidos no Médio Oriente e que goza de grande apoio entre os republicanos.
Contudo, esta estratégia do líder republicano poderá custar-lhe o cargo, já que dois congressistas radicais do seu partido ameaçaram apresentar uma moção de censura contra si, acusando-o de estar a colaborar com os democratas.
RJP // PDF
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram