Papa nomeia três bispos chineses numa semana ao abrigo de acordo com Pequim
O Papa Francisco anunciou a nomeação de um novo bispo chinês, o terceiro em menos de uma semana, na sequência de um controverso acordo de 2018 com Pequim sobre a nomeação de bispos chineses
O bispo Peter Wu Yishun foi consagrado bispo de Minbei, em Fujian, no sudeste da China, informou o Vaticano, em comunicado. Francisco nomeou-o bispo em 06 de dezembro.
Na segunda-feira, o Vaticano anunciou um novo bispo para Weifang, na província de Shandong, reorganizou o território eclesiástico e erigiu uma nova diocese na região, em conformidade com a delimitação geográfica da área pela China. O bispo Anthony Sun Wenjun foi nomeado em abril passado, mas foi consagrado também na segunda-feira, segundo o Vaticano.
O Vaticano disse que Francisco tomou a decisão de redesenhar as fronteiras de Weifang “com o desejo de promover o cuidado pastoral do rebanho do Senhor e de atender melhor ao seu bem-estar espiritual”. O Vaticano observou que o território anterior, chamado de prefeitura apostólica, havia sido erguido em 1931 pelo Papa Pio XI.
Em 25 de janeiro, o Vaticano anunciou a consagração do novo bispo de Zhengzhou (centro-oeste), Tadeus Wang Yuesheng.
O Vaticano disse que todas as nomeações ocorreram “dentro da estrutura” do acordo Vaticano-China de 2018.
O acordo de 2018, que foi renovado duas vezes, visa unir os cerca de 12 milhões de católicos da China, que estão divididos entre uma igreja oficial e uma igreja clandestina leal a Roma. A igreja clandestina surgiu quando os comunistas chegaram ao poder e as relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China se romperam.
Francisco disse que tem a última palavra no processo de nomeação de bispos, mas Pequim, no ano passado, fez uma série de nomeações unilaterais sem o consentimento papal, no meio de uma repressão mais alargada do Presidente chinês, Xi Jinping, às liberdades religiosas.
O Vaticano cedeu e reconheceu as nomeações após o facto.
Os termos do acordo de 2018 nunca foram divulgados e os críticos de Francisco acusaram-no de ter traído os católicos chineses que permaneceram leais ao Vaticano e sofreram ataques de perseguição.
O Vaticano já reconheceu anteriormente que o acordo de 2018 estava longe de ser ideal, mas que era o melhor acordo que podia obter.
Pequim há muito que insiste que tem de aprovar essas nomeações por uma questão de soberania nacional. O Vaticano tem insistido na autoridade divina do papa para escolher os sucessores dos apóstolos de Cristo.
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By Impala News / Lusa
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