Parlamento suíço recusa fornecimento de armas à Ucrânia

O parlamento suíço recusou a transferência indireta de armas e munições suíças para a Ucrânia através de países terceiros, mantendo a política de neutralidade do país, anunciaram hoje os serviços parlamentares.

Parlamento suíço recusa fornecimento de armas à Ucrânia

A decisão de não apoiar a Ucrânia militarmente foi votada na quinta-feira à noite na Câmara Baixa do parlamento, com 98 votos a favor, 75 contra e duas abstenções, segundo o portal de informação suíço SBI. Em causa estava uma proposta da comissão parlamentar de política de segurança para permitir exportar armas suíças para a Ucrânia no contexto da invasão russa, disse o parlamento num comunicado citado pela agência espanhola Europa Press.

As leis de neutralidade da Suíça proíbem expressamente o apoio a países envolvidos em conflitos armados. Até agora, a Suíça recusou-se a autorizar a Alemanha a entregar munições suíças às forças armadas ucranianas, apesar de terem sido entregues ao Governo alemão há vários anos. Os defensores da abertura de uma exceção argumentam que a Suíça deve dar um maior apoio à Ucrânia e contribuir para a segurança europeia.

Os opositores da medida receiam que a violação da neutralidade dê a impressão de que a Suíça esteja “demasiado próximo” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), como alegaram durante o debate. Apesar da recusa, a comissão parlamentar vai abordar a ideia de transferir armas e munições se o Conselho de Segurança da ONU declarar que houve uma violação do direito internacional pela Rússia.

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armamento às forças armadas ucranianas para combaterem as tropas russas, que invadiram o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022. Impuseram também sanções económicas contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, aditem que será elevado.

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