Partido no poder no Kosovo venceu as eleições de domingo mas sem maioria
O partido no poder no Kosovo, liderado pelo primeiro-ministro, Albin Kurti, venceu as eleições de domingo com 41,29% dos votos, mas sem atingir a maioria absoluta abrindo a possibilidade de a oposição chegar ao poder.
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Com 88% dos votos contados, o segundo partido mais votado é o Partido Democrático do Kosovo (PDK), que emergiu da guerrilha albanesa Exército de Libertação do Kosovo (UÇK), com 21,83% dos votos, seguido pela Liga Democrática do Kosovo (LDK), que obteve 17,75%.
O AAK-NISMA, outro partido com raízes no UÇK, obteve 7,68%, enquanto a formação política Lista Sérvia, que representa a comunidade sérvia do Kosovo, obteve 3,96%.
Com estes dados, a formação governamental (Vetevendosje, Autodeterminação), perde nove pontos em relação a 2021, quando o partido nacionalista de esquerda obteve 50,3 % dos votos, o que lhe permitiu conquistar 58 dos 120 lugares no Parlamento.
Vinte lugares estão reservados às minorias étnicas da antiga província sérvia, que proclamou a independência em 2008, 10 dos quais para os sérvios do Kosovo e os restantes para as restantes comunidades: romani e bósnia.
Se estes resultados se confirmarem, o PDK, o LDK e o AAK-NISMA, com o apoio do voto das minorias, podem constituir uma alternativa ao partido do primeiro-ministro.
Os votos da diáspora ainda não foram apurados.
Antes do partido politico Autodeterminação ter alcançado o poder, estes três partidos partilharam as várias coligações governamentais.
Kurti declarou a vitória do partido na noite de domingo.
“As eleições foram livres, democráticas e justas”, declarou o líder do Autodeterminação numa conferência de imprensa em Pristina.
Kosovo tem mantido relações estreitas com os Estados Unidos e com a maioria dos países da União Europeia desde a independência mas algumas das decisões de Kurti estão a perturbar as relações por considerarem que algumas políticas estão a criar tensões étnicas no país.
Pristina tem procurado restabelecer a autoridade no norte do Kosovo, onde se concentra a população sérvia, e mantém estruturas governamentais paralelas com o apoio de Belgrado.
Kurti tem defendido estas ações como sendo necessárias para garantir o Estado de direito e fazer cumprir a Constituição.
Uma eventual coligação da oposição pode alterar as relações com a Sérvia.
As eleições podem também influenciar a relação do Kosovo com a União Europeia.
O pedido de adesão à União Europeia, apresentado em 2022, continua bloqueado devido à falta de consenso entre os 27 membros nomeadamente sobre a recusa de cinco países – Chipre, Grécia, Roménia, Eslováquia e Espanha – em reconhecer a independência do Kosovo.
PSP // SB
Lusa/Fim
By Impala News / Lusa
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