PCP considera que redução de IRC “deita por terra” ideia de que não há dinheiro
Em declarações aos jornalistas no parlamento, momentos depois de ter sido aprovada em sede de especialidade orçamental a redução da taxa de IRC em um ponto percentual, Paulo Raimundo considerou que “a ideia de que não há dinheiro caiu completamente por terra a partir das votações que estão a ser expressas agora em comissão”.
“A mesma comissão que votou contra o fim dos benefícios fiscais por parte do PCP, que está contra a redução do IVA para a eletricidade, o gás de botija e as telecomunicações proposta pelo PCP, que recusou que os lucros gerados em Portugal sejam tributados cá no nosso país, é a mesma comissão que decidiu, com a anuência do PS, confirmar a redução de um ponto percentual no IRC, dez anos depois da última descida do IRC pelas mãos do PSD e do CDS”, afirmou.
Para Paulo Raimundo, “o que está a acontecer demonstra que não há um problema de falta de dinheiro, não há um problema de falta de recursos, há um problema das opções que se fazem relativamente ao que é preciso fazer”.
“E, portanto, fica para já, para além da condenação e da demonstração clara destas opções, um apelo para que, na quinta-feira, quando se votar o aumento das pensões, a primeira proposta que vai à votação é a proposta do PCP e, portanto, estando desmacarada a ideia de que não há meios nem recursos, é preciso agora que se vote a proposta do PCP de aumento de pensões”, defendeu.
Salientando que a proposta em questão prevê um aumento de 5% para todas pensões, com um mínimo de 70 euros para cada reformado, Paulo Raimundo defendeu que esta medida é a única “que responde às necessidades” dos pensionistas.
“Pelos vistos, há condições financeiras e recursos para essa medida, justíssima medida, que corresponde não a 20 empresas, não aos direitos ou anseios de 20 empresas, não aos objetivos deste ou daquele grupo económico, mas corresponde aos interesses de quase três milhões de reformados e pensionistas”, disse.
Nestas declarações, o secretário-geral do PCP foi ainda questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, em que afirmou estar convicto de o aumento do número de casos de violência doméstica se deve a mais denúncias e não a um “aumento real.
Na resposta, Paulo Raimundo disse não quer sinceramente “crer que o senhor primeiro-ministro está a minimizar o grave problema” da violência doméstica, acrescentando que há infelizmente “demasiados casos – cada caso é um caso a mais”, mas felizmente “existem hoje outras condições para a denúncia”.
“É preciso é medidas que deem combate a esse flagelo da violência doméstica (…) e foram importante também as propostas do PCP que foram aprovadas [no Orçamento do Estado] nesse sentido: de reforço de verbas, de melhores condições para dar combate à violência doméstica”, frisou.
O artigo da proposta de lei do OE2025 que baixa em 1 ponto percentual a taxa do IRC em 2025, foi hoje aprovado, após o PSD e CDS-PP terem votado contra a sua proposta de descida de 2 pontos.
A descida do IRC de 21% para 20% foi viabilizada com a abstenção do PS e do Chega, o voto contra do Livre, PCP e BE e voto favorável dos restantes partidos.
Igualmente aprovada, durante este segundo dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), foi a descida dos atuais 17% para 16% da taxa de IRC dirigida às pequenas e médias empresas (PME) ou empresa de pequena-média capitalização (‘Small Mid Cap’) para lucros até 50 mil euros.
TA (LT) // JPS
By Impala News / Lusa
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