PCP propõe suspender despejos e hipotecas casa de morada de família até 2023
O PCP entregou hoje no parlamento um projeto-lei que propõe suspender durante este ano e o próximo a denúncia de contratos de arrendamento de imóveis que sejam morada principal, e a execução de hipotecas de habitações permanentes.
De acordo com o diploma, que pretende evitar despejos, durante 2022 e 2023 é suspensa “a produção de efeitos das denúncias de contratos de arrendamento habitacional efetuadas pelo senhorio”, a menos que o arrendatário não se oponha à cessação, assim como “a execução de hipoteca sobre imóvel que constituía habitação própria e permanente”. O Grupo Parlamentar do PCP sustenta que o direito à habitação está em risco face ao aumento do custo vida, do desemprego e da perda de rendimentos.
“Muitas famílias deixaram de ter condições para suportar as despesas com habitação, seja o pagamento da renda, seja o pagamento da prestação de crédito bancário”, sustenta o partido no projeto-lei. Na ótica do partido, a atual situação que o país vive “exige uma intervenção para proteger a casa de morada de família e impedir o despejo” e acusa o Governo socialista de continuar “a ignorar esta realidade”.
“Questionado sobre a necessidade de intervir face ao aumento das taxas de juro e o seu impacto nas famílias com crédito à habitação, o Governo nada diz”, argumentam os comunistas. Num projeto de resolução, a bancada do PCP também recomenda ao Governo que dinamize políticas de construção e reabilitação de habitações públicas, e que dote o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) de meios humanos, técnicos e financeiros. O PCP defende no projeto que o Governo tem de identificar e mobilizar o património do Estado e atribuir ao IHRU a gestão dos imóveis.
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