Pelo menos 536 palestinianos mortos na Cisjordânia desde 07 de outubro

O Gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários informou hoje que pelo menos 536 palestinianos foram mortos por militares ou colonos israelitas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém leste, desde os ataques do movimento islamista Hamas.

Pelo menos 536 palestinianos mortos na Cisjordânia desde 07 de outubro

Nações Unidas, 26 jun 2024 (Lusa) — O Gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) informou hoje que pelo menos 536 palestinianos foram mortos por militares ou colonos israelitas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém leste, desde os ataques do Hamas de 07 de outubro.

Segundo o comunicado da OCHA, que estabelece um balanço desde 07 de outubro até à passada segunda-feira, “quase um quarto das vítimas” são crianças e cerca de 5.400 palestinianos também ficaram feridos em toda a região.

“A grande maioria foi assassinada pelas Forças de Defesa de Israel [IDF, as Forças Armadas], e pelo menos dez pessoas foram-no às mãos dos colonos”, acrescenta o gabinete das Nações Unidas.

O coordenador humanitário para os Territórios Palestinianos ocupados, Muhannad Hadi, visitou a Cisjordânia ocupada entre 18 e 24 de junho “para comprovar como a expansão dos colonatos [ilegais judaicos] e as restrições de acesso e movimento estão a fomentar as necessidades humanitárias”, segundo a OCHA.

A missão, organizada pela OCHA e pela agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), incluiu uma visita à cidade de Tulkarem e aos campos de refugiados adjacentes (Tulkarem e Nur Shams). No decuro dessa semana “foram documentados 18 ataques de colonos israelitas que provocaram feridos e danos em propriedades palestinianas”.

A Cisjordânia ocupada assiste à maior espiral de violência desde a Segunda Intifada (2000-2005), com dezenas de mortos por disparos israelitas, a maioria efetuados pelos militares, mas também por colonos.

O Estado judaico justifica as suas mortíferas incursões na zona como “operações especiais” para “capturar” líderes e combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica palestiniana.

O lado israelita refere que desde o início do corrente ano até finais de maio, já foram mortas 12 pessoas na Cisjordânia ocupada em dez ataques palestinianos, incluindo seis militares e seis civis, três deles colonos.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.130 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.

Calcula-se ainda que 10 mil palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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By Impala News / Lusa

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