PM são-tomense quer ajuda de empresas petrolíferas na transição energética
O primeiro-ministro são-tomense pediu hoje o apoio das empresas petrolíferas que operam na Zona Económica Exclusiva para a efetivação da transição energética, sublinhando que quer um país virado para o turismo e que preserva o ambiente.
Patrice Trovoada falava enquanto orador numa conferência internacional no âmbito dos 20 anos da institucionalização da Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe (ANP-STP) que se vai assinalar no domingo.
O chefe do Governo são-tomense que disse ser um dos primeiros a lidar com a meteria petrolíferas em São Tomé e Príncipe desde 1998, apontou os desafios, erros e aprendizagens que o país tem passado neste processo, sem ainda descobrir o produto em quantidade comercializável.
“Estamos numa fase relativamente avançada na busca do potencial comercial [..] nessa história entre o sonho até o realismo, eu acho que nós não estamos mal. Estamos bem, leva tempo, mas estamos a caminhar com os passos certos”, pontuou, Patrice Trovoada.
Face às preocupações ambientais e desafios energéticos em São Tomé e Príncipe o primeiro-ministro são-tomense pediu apoio das empresas para a transição energética.
“Nós queremos um país descarbonizado, queremos um país virado sobretudo para o turismo, queremos um país em que se preserve de facto o ambiente sobre todas as suas formas, mas queremos também rendimentos”, precisou.
O chefe do governo são-tomense defendeu que as ações petrolíferas e do gás deverão ficar em ‘offshore’, mas o que tiver que ser “inshore”, será sempre com a “preocupação de fazer as coisas mais limpas possíveis, com menos agressão possível ao meio ambiente”, sendo necessário sensibilizar a população para “a mentalidade e a cultura ambiental”.
“Se amanhã tivermos petróleo nós não queremos que essa euforia nos leva a aceitar tudo e de todos, só por causa do dinheiro”, defendeu Patrice Trovoada.
O primeiro-ministro são-tomense referiu que o “petróleo é um recurso necessário”, equiparando-o ao diamante ou o ouro, mas considerou que os seus benefícios devem ser direcionados para melhorar a vida das pessoas “e criar uma perspetiva de futuro que seja sustentável”.
Mininutos depois, no seu discurso de encerramento da conferência Patrice Trovoada sublinhou que o seu Governo é “reformista e é um Governo que quer que o país seja um país competitivo”, mas não está virado unicamente para o petróleo.
“Já deixámos de sonhar, nós estamos a contar com turismo, com cacau, com a pesca e o petróleo é um bónus, nós não estamos de facto focalizado que tudo vai depender de petróleo”, disse Patrice Trovoada.
O chefe do Governo disse que está a procura de “zonas especiais económicas noutros países africanos” para otimizar as operações petrolíferas em São Tomé e Príncipe, nomeadamente para a utilização das bases de pesquisas petrolíferas para evitar a duplicação de custos.
No início da conferência o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, que tutelou diretamente o setor do petróleo, enquanto ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, apelou ao melhor uso dos financiamentos derivados das responsabilidades sociais das empresas petrolíferas.
“É imperativo que saibamos tirar desses financiamentos o maior proveito possível, equacionando a melhor forma e o melhor método de lhes dar uso, em benefício de todas as franjas da sociedade, isto é em benefício da Nação são-tomense”, disse Carlos Vila Nova.
“Consciente das nossas enormes dificuldades, reconheço que as expectativas em geral são altas, pelo que gostaria de apelar, mais uma vez, ao controle emocional de todos e focar os nossos pensamentos e ações no bem-estar de todos os são-tomenses e do nosso querido país”, acrescentou o chefe de Estado são-tomense.
A primeira perfuração no país foi feita em 2022, pelo consórcio formado por Galp e Shell, sem descobrir petróleo em quantidade comerciável.
JYAF // RBF
By Impala News / Lusa
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