Polícia grega fez 90 detenções durante as últimos protestos contra o Governo

Pelo menos 90 pessoas foram detidas pela polícia grega e cinco manifestantes foram hospitalizados na sequência dos protestos, em todo o país, contra o governo conservador de Atenas.

Polícia grega fez 90 detenções durante as últimos protestos contra o Governo

As manifestações de protesto na Grécia pedem uma investigação sobre o caso do acidente ferroviário de 2023 que causou a morte de 57 pessoas.

Os tumultos começaram na noite de quarta-feira frente ao parlamento em Atenas, onde cerca de 13 mil pessoas se reuniram, segundo a polícia, exigindo justiça pela tragédia ferroviária.

Os manifestantes rejeitam o Governo do primeiro-ministro conservador, Kyriakos Mitsotakis, que acusam de estar a tentar encobrir a responsabilidade pelo que aconteceu em 2023.

Os manifestantes gritaram “assassinos, assassinos” e ergueram cartazes contra o Governo.

Em Atenas, um grupo de manifestantes incendiou caixotes do lixo numa rua próxima do Parlamento e lançou cocktails Molotov, pedras e foguetes contra a polícia de choque, que respondeu com gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento.

No entanto, após estes confrontos iniciais, um grupo de manifestantes regressou à praça da Constituição, frente ao Parlamento, com as mãos levantadas em sinal de paz.

De acordo com imagens difundidas pelo portal de notícias grego News247, agentes da polícia de choque decidiram dispersar com gás lacrimogéneo os manifestantes que se mantinham na Praça da Constituição de forma pacífica.

“Atirem-lhes gás para que se vão embora”, diz um agente da polícia de choque nas imagens reproduzidas pelo portal do jornal Efsyn.

Em Atenas, a polícia antimotim deteve 31 pessoas, incluindo três menores.

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, três das quais polícias.

Em Salónica, a segunda cidade da Grécia, onde milhares de pessoas também se manifestaram na quarta-feira, a polícia deteve 59 pessoas, que foram libertadas hoje de manhã, refere o portal Thestival.  

Entretanto, no Parlamento, prosseguiu o debate sobre a moção de censura apresentada na quarta-feira pela oposição de esquerda contra o Governo pela forma como lidou com a tragédia ferroviária.

Em 28 de fevereiro de 2023, um comboio de mercadorias colidiu frontalmente com um comboio de passageiros perto da cidade de Tempe, num troço de via que não dispunha de sistemas de segurança automatizados.

A oposição e grande parte da sociedade civil acusam o Governo de encobrir a responsabilidade pela tragédia e de proteger os ministros e antigos ministros responsáveis pela segurança ferroviária com “um manto de impunidade”.

  

PSP //APN

By Impala News / Lusa

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