PR angolano quer contribuição de parceiros internacionais para infraestruturar África

O Presidente angolano anunciou hoje que, quando assumir a liderança da União Africana (UA), em fevereiro, vai intensificar a relação com todos os parceiros internacionais de África para contribuírem no vasto programa de construção de infraestruturas do continente.

PR angolano quer contribuição de parceiros internacionais para infraestruturar África

João Lourenço, que discursava na cerimónia de cumprimentos de Ano Novo pelo corpo diplomático, referiu que considera um passo essencial o reforço da relação com todos os parceiros internacionais de África “para que se reponha justiça e se reforce a amizade e a solidariedade na relação entre a África e o mundo, principalmente entre a África e as potências colonizadoras”.

O chefe de Estado angolano salientou que, animado pela confiança que a UA lhe depositou, o executivo angolano vai continuar a colocar toda a sua experiência ao serviço da paz em África e prosseguirá com todas as diligências possíveis para encontrar soluções viáveis para os conflitos que atingem o continente e “têm minado” o seu desenvolvimento económico.

“Como aquele que opõe a República Democrática do Congo [RDCongo] ao Ruanda [no qual foi mandatado como mediador pela UA], de maneira a pôr um fim definitivo aos ciclos recorrentes de instabilidade e violência que assolam aquela região”, referiu.

Segundo João Lourenço, embora se verifique algum impasse nas discussões para se chegar a um acordo sobre o fim definitivo do conflito no leste da RDCongo, há esperança “de que, apesar dos últimos desenvolvimentos negativos à volta de Goma”, se vai conseguir “ultrapassar as diferenças que ainda persistem e que acabará por se selar a paz definitiva entre a RDCongo e o Ruanda, encerrando assim mais um capítulo da história convulsiva de África”.

“Temos esta mesma preocupação com o Sudão. Um dos graves acontecimentos que aí ocorrem obriga-nos a adotar uma postura de solidariedade, mais atuante e eficiente para com os cidadãos desse país que enfrentam uma situação humanitária altamente preocupante, níveis alarmantes de destruição de infraestruturas e um risco severo de insegurança alimentar”, acrescentou.

Sobre a região do Sahel, “que atravessa um momento de retrocessos em termos de direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e de respeito das instituições do Estado democraticamente eleitas, por força dos golpes de Estado e do terrorismo”, João Lourenço manifestou também grande preocupação, considerando que a situação requer de todos “um esforço coletivo para se debelarem os males que prevalecem, para que se regresse à ordem constitucional, à paz e segurança das comunidades e dos cidadãos”.

“Estas questões que têm um forte impacto na paz e segurança do continente africano estarão no centro das nossas preocupações a partir do momento em que assumirmos a presidência ‘pro tempore’ da União Africana, em fevereiro do presente ano”, expressou.

Em relação às ações desenvolvidas por Angola em 2024, o chefe de Estado angolano referiu que o ano de 2025 será encarado “com certo grau de confiança e determinação” para continuar “a trabalhar arduamente” e os objetivos se tornarem realidade.

“Temos a firme ambição de colocar a República de Angola na rota do desenvolvimento, cooperando com os países e instituições que representam, com os quais temos procurado manter encontros aos mais variados níveis, incluído aos níveis de chefes de Estado e de Governo”, frisou, dirigindo-se aos diplomatas presentes.

De acordo com o Presidente angolano, com a melhoria do ambiente de negócios no país, “é cada vez mais crescente o número de investidores estrangeiros que têm aplicado em Angola os seus recursos financeiros, técnicos, tecnológicos e outros, com o objetivo de os capitalizar, criando assim importantes ativos na economia angolana”.

“Sabemos todos que os resultados destas iniciativas levam algum tempo a produzir o seu impacto sobre o quotidiano das pessoas, mas estamos no caminho certo e os benefícios do intercâmbio que existe entre Angola e os seus parceiros internacionais começarão a fazer-se sentir paulatinamente de forma segura”, vincou.

João Lourenço defendeu a preservação das instituições de governação global, considerando que “nenhuma associação de países constituída regionalmente ou sobre uma base qualquer deve pretender assumir ou substituir o papel que está reservado às Nações Unidas”.

NME // MLL

By Impala News / Lusa

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