PR de Cabo Verde admite «reajustamentos» na proposta de pagamento de dívidas à CEDEAO
Jorge Carlos Fonseca, admitiu enviar ao presidente da CEDEAO nova proposta «com reajustamentos» para pagamento das dívidas à organização
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, admitiu hoje enviar ao presidente da CEDEAO nova proposta “com reajustamentos” para pagamento das dívidas à organização, a cuja presidência o país se vai candidatar.
O cargo de presidente da comissão da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO), equivalente ao presidente da Comissão Europeia, é ocupado por ordem alfabética dos 15 países-membros e, respeitando esse critério, caberá, na próxima eleição, a Cabo Verde assumir o posto.
Contudo, o processo não é automático, podendo a personalidade que Cabo Verde vier a apresentar não ser aceite pela cimeira dos Chefes de Estado marcada para 16 de dezembro, em Abuja, na Nigéria.
Há também outros critérios a respeitar, nomeadamente ter as quotas em dia dentro da organização, requisito que Cabo Verde não preenche, tendo pago na integra as quotas de 2017 e apresentado uma proposta de pagamento para as dívidas atrasadas ainda em negociação.
“Não é segredo para ninguém que há o problema das dívidas, das quotas e da taxa comunitária. Cabo Verde apresentou propostas [de pagamento] à CEDEAO e, possivelmente, se for necessário fazer alguns reajustamentos serão feitos. Irei enviar, em nome de Cabo Verde, mais uma missiva ao presidente da CEDEAO no sentido de fazer alguns reajustamentos em relação à questão das dívidas”, disse Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente da República cabo-verdiano, que falava aos jornalistas, na cidade da Praia, à margem de uma visita ao Comité Olímpico, relembrou que apesar de estatutariamente ser a vez de Cabo Verde assumir a presidência não é certo que o venha a fazer.
“O importante é que Cabo Verde apresente um candidato vencedor. Há praxes e há regras, mas o facto de se apresentar uma candidatura não quer dizer que seja aceite”, disse, apelando para o “trabalho harmonioso” de todos para alcançar “uma solução eficiente” e “uma candidatura ganhadora”.
Jorge Carlos Fonseca ressalvou ainda que nas disputas políticas a este nível “há interesses que podem não coincidir com os de Cabo Verde”.
“Sabemos que há jogos de bastidores e pode haver interesses de outros países em apoiar outras candidaturas, mas para isso é preciso que a barreira Cabo Verde seja vencida. A nossa luta é para que essa barreira não seja vencida. É a nossa vez, nós é que devemos apresentar um candidato e temos que fazer tudo para que a candidatura seja aceite e seja vencedora”, reforçou.
O nome do candidato a apresentar por Cabo Verde, escolhido em concertação entre o Presidente da República e o Governo, deverá ser conhecido depois da reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira, que será dedicada à preparação da cimeira, cujas reuniões técnicas começam segunda-feira, em Abuja.
Desde o anúncio da intenção de Cabo Verde se candidatar à presidência da Comissão da CEDEAO houve várias manifestações de disponibilidade para ocupar o cargo, nomeadamente do atual deputado cabo-verdiano no parlamento da CEDEAO Orlando Dias e do atual comissário do país na organização, Isaías Barreto.
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