PR sul-africano espera “espírito de unidade” para “futuro mais brilhante” de Moçambique
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que assiste à tomada de posse de Daniel Chapo como chefe de Estado de Moçambique, disse hoje esperar dos moçambicanos “espírito de unidade” para “um futuro mais brilhante”.
Em comunicado, Cyril Ramaphosa referiu que a tomada de posse de Daniel Chapo “constitui uma oportunidade para todo o povo de Moçambique trabalhar em conjunto em prol da paz, da democracia e do desenvolvimento”.
Ramaphosa acrescentou que espera trabalhar em estreita colaboração com o Presidente Daniel Chapo “para reforçar ainda mais as fortes relações fraternas existentes entre os dois países” vizinhos.
O chefe de Estado sul-africano chegou hoje a Maputo, acompanhado pelos ministros das Relações Internacionais e Cooperação e da Presidência, para assistir à tomada de posse de Chapo, em que participa apenas mais um Presidente, o guineense Umaro Sissoco Embaló.
Portugal está representado pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel.
Daniel Chapo é investido hoje, em Maputo, como quinto Presidente da República de Moçambique, o primeiro nascido já depois da independência do país, numa cerimónia com cerca de 2.500 convidados.
Atual secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Daniel Chapo era governador da província de Inhambane quando, em maio de 2024, foi escolhido pelo Comité Central para ser candidato do partido no poder à sucessão de Filipe Nyusi, que cumpriu dois mandatos como Presidente da República.
Em 23 de dezembro, Chapo, 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais de 09 de outubro, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.
Formado em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, em 2000, Daniel Francisco Chapo nasceu em Inhaminga, província de Sofala, centro de Moçambique, em 06 de janeiro de 1977, sendo por isso o primeiro Presidente da República nascido já depois da independência do país (1975).
Em entrevista exclusiva à Lusa em 04 de outubro, Daniel Chapo afirmou que nunca tinha equacionado concorrer à Presidência, mas que recebeu essa “missão” para “servir o povo”.
A cerimónia de investidura decorre na Praça da Independência, no centro de Maputo, e arrancou às 08:00 locais (menos duas horas em Lisboa), com atividades culturais, prolongando-se até às 12:20.
Pelas 10:40 está prevista a entrega dos símbolos do poder pelo Presidente cessante, Filipe Nyusi, à presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro, que, de seguida, fará a investidura de Daniel Chapo como novo Presidente da República de Moçambique, seguindo-se discursos oficiais, momentos culturais, 21 salvas de canhão e a revista à Guarda de Honra das Forças Armadas de Defesa de Moçambique pelo novo comandante-em-chefe.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, convocou três dias de paralisação e manifestações, desde segunda-feira, contestando a tomada de posse dos deputados eleitos à Assembleia da República e a investidura do novo Presidente da República.
A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane – que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos mas que reclama vitória – a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que já provocaram 300 mortos e mais de 600 pessoas feridas a tiro, segundo organizações da sociedade civil que acompanham o processo.
VM (PVJ) // CFF
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By Impala News / Lusa
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