PR timorense diz que g7+ deve pressionar órgãos da ONU para serem mais democráticos
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, defendeu hoje que o g7+ deve pressionar os órgãos das Nações Unidas para serem mais democráticos, salientando que, nos últimos 15 anos, a organização tem sido uma força de mudança.

“Temos de continuar a exigir um lugar à mesa. Com o estatuto de observador, o g7+ deve pressionar ativamente para que o Conselho de Segurança e outros órgãos da ONU sejam mais democráticos e responsáveis”, afirmou José Ramos-Horta.
Para o também prémio Nobel da Paz, as regras da “ordem global devem ser reescritas para garantir que são inclusivas, equitativas e que refletem as realidades de todas as nações”.
“Como bloco unificado, temos de aumentar os nossos esforços para negociar as regras de compromisso, assegurando que os nossos países não são meros recetores de decisões tomadas noutros locais, mas sim participantes ativos na definição de políticas que nos afetam diretamente”, disse.
José Ramos-Horta, que falava na sessão inaugural da sexta reunião ministerial da organização, que tem estatuto de observador permanente na ONU desde 2019, defendeu também o reforço da solidariedade entre os estados-membros da organização.
“A solidariedade não é apenas um princípio, é a base da nossa resiliência coletiva. É o que nos tem permitido manter unidos e amplificar as nossas vozes”, afirmou.
O chefe de Estado salientou que o g7+ não pode ficar de “braços cruzados” enquanto as pessoas da República Democrática do Congo, do Iémen, do Haiti, do Sudão do Sul, do Afeganistão e de outros países do Sul Global “passam por um sofrimento inimaginável”.
Por último, o Presidente timorense defendeu a “apropriação nacional em todos os aspetos da paz e do desenvolvimento”.
“O progresso sustentável só pode ser alcançado quando é liderado por aqueles que melhor compreendem os seus próprios desafios – os nossos governos, as nossas comunidades e o nosso povo”, salientou José Ramos-Horta.
O chefe de Estado disse também que o apoio internacional deve “alinhar-se com as prioridades nacionais” e não definir quais são.
“Temos de aproveitar este momento para dar forma a uma nova narrativa em que as nossas nações sejam reconhecidas não como problemas a resolver, mas como parceiros na construção de um mundo mais justo e pacífico”, acrescentou.
O g7+ é um fórum no qual os países-membros procuram influenciar o discurso global sobre paz, estabilidade e resiliência, bem como definir ações conjuntas para atingir aqueles objetivos.
A organização intergovernamental foi estabelecida em 10 de abril de 2010, em Díli, e surgiu com a preocupação, partilhada pelos Estados-membros, de que a cooperação tradicional para o desenvolvimento não melhorava a situação das nações frágeis.
Afeganistão, Burundi, República Centro-Africana, Chade, Comores, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Libéria, Papua-Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Ilhas Salomão, Somália, Sudão do Sul, Timor-Leste, Togo e Iémen são os Estados-membros do g7+.
MSE // CAD
By Impala News / Lusa
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