Presidenciais: «Pela primeira vez há um populista com dois dígitos», diz Paulo Portas
Paulo Portas alerta para o facto de, pela primeira vez em 40 anos, haver um populista que reúne “dois dígitos”, numa altura em que André Ventura se posicionava na segunda posição das eleições presidenciais.
Paulo Portas alerta para o facto de, pela primeira vez em 40 anos, haver um populista que reúne “dois dígitos”, numa altura em que André Ventura se posicionava na segunda posição das eleições presidenciais.
Como comentador da noite eleitoral na TVI, o antigo presidente do CDS chamou a atenção para a posição de Ana Gomes que, a concretizar-se, “ficará abaixo de Fernando Nobre, de Mário Soares, quando correu já depois de ter sido presidente [da República], pela pista de fora, abaixo de Manuel Alegre, um e dois, e abaixo de Sampaio da Nóvoa”.
Paulo Portas defendeu que não se ignore que, pela primeira vez em 40 anos, “há um populista, de direita extrema ou extrema direita, consoante os dias, que tem dois dígitos”, numa referência a André Ventura que, às 21h40, reunia 11.87% dos votos, quando estavam apuradas 96.11% das freguesias.
Para Paulo Portas, estes resultados colocam um problema: “É preciso pensar se o conjunto do sistema político, uns por convicção e outros por oportunismo, estão ou não a fazer-lhe um favor”.
“A técnica do populismo é sempre a mesma: dizem uma barbaridade e toda a gente vai atrás da discussão da barbaridade”, adiantou.
Para Portas, estes líderes “têm de ser confrontados com a agenda normal de um português normal: economia, educação, saúde, ambiente”.
E referiu que, nesta campanha, que classificou de “absolutamente insólita e inaudível”, nem sequer percebeu o que certos candidatos fariam com a pandemia.
“Eu vejo estes candidatos e eram todos contra o estado de emergência. Então, como é que resolveriam a pandemia amanhã?”, questionou.
E sublinhou: “Hoje [André Ventura] conquistou dois dígitos. Pode ter sido o momento mais alto. Uma coisa é uma eleição presidencial, em que sabemos que Marcelo Rebelo de Sousa vai ganhar, outra coisa é umas legislativas em que é preciso um partido, mas também há muito voto útil”.
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