Presidente de Taiwan afirmou intenção de construir uma “força militar de aço”

O presidente de Taiwan, William Lai, afirmou hoje a intenção de construir uma “força militar de aço” para conter a ameaça da China e garantir “a sobrevivência e o desenvolvimento” da ilha.

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“Defenderemos sempre o nosso sistema constitucional de liberdade e democracia, insistindo que a República da China [nome oficial de Taiwan] e a República Popular da China não estão subordinadas uma à outra, que a nossa soberania não pode ser violada ou anexada, e que o futuro de Taiwan deve ser decidido pelos 23,5 milhões de taiwaneses”, afirmou.

Discursando perante um grupo de generais recém-promovidos, o responsável considerado por Pequim como um “independentista” acrescentou que o governo de Taiwan está a promover a “reforma” da sua Defesa, restabelecendo o serviço militar obrigatório de um ano — antes eram quatro meses — e reforçando equipamento militar “através da autodefesa e da compra de armas”.

Na quarta-feira, Lai tinha divulgado os planos para aumentar em 6% o orçamento da Defesa para um “máximo histórico” de 647.000 milhões de dólares taiwaneses (18,40 mil milhões de euros), até 2025.

“Estamos determinados a melhorar a nossa capacidade de autodefesa e a reforçar a cooperação com os parceiros democráticos para garantir a paz e prosperidade”, afirmou, durante uma reunião do Governo para discutir os pormenores do orçamento para o ano fiscal de 2025.

Hoje, o presidente justificou os planos no setor da Defesa afirmando que, nos últimos anos, a China “intensificou a sua coerção militar e política” sobre Taiwan, realizando manobras militares de “grande escala” e “sem aviso prévio”, o que “gera instabilidade na região”.

“Como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan manterá uma atitude firme e equilibrada, preservando o ‘status quo’ e esforçando-se para manter a paz e a estabilidade regional”, afirmou ainda, defendendo que as Forças Armadas de Taiwan “devem avançar à medida que os tempos avançam para construir uma força de combate sólida”.

Após a tomada de posse de Lai, em 20 de maio, a China reforçou ainda mais o seu cerco militar em torno de Taiwan, um território governado autonomamente desde 1949 e considerado pelas autoridades de Pequim como uma província sua.

Nos últimos dois meses e meio, Taiwan detetou cerca de 1.400 aviões militares chineses a operar em torno da ilha, tendo mais de 1.000 deles atravessado o estreito de Taiwan ou penetrado na autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan.

As ameaças militares da China foram agravadas pelas recentes críticas do antigo Presidente dos Estados Unidos (2017-2021) e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, que sugeriu que o governo de Taiwan deveria pagar a Washington pela sua defesa.

Em resposta, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung, sublinhou, em 19 de julho, que Taiwan “assumirá a responsabilidade” pela sua defesa.

 

PL (JPI) // JH

By Impala News / Lusa

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