Presidente iraniano disponível para renegociar acordo nuclear com potências
Hassan Rohani está disponível para discutir acordo nuclear com principais potências desde que não contribua para campanha presidencial de Donald Trump.
O Presidente iraniano, Hassan Rohani, disse esta segunda-feira, 14 de outubro, que está disponível para reunir com os líderes das principais potências, incluindo os EUA, para discutir o acordo nuclear, desde que não contribua para a campanha presidencial de Donald Trump.
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Os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear com o Irão, em 2018, considerando que não estavam a ser cumpridos os seus requisitos e impondo fortes sanções económicas contra Teerão, por continuar a prosseguir o seu programa nuclear.
Presidente iraniano acusa EUA de ceder a pressões de grupos extremistas
«Eu disse claramente aos líderes dos países europeus que, caso me certifique de que é uma reunião do grupo 5 + 1 (China, França, Reino Unido, Rússia e EUA, mais a Alemanha), e que não é uma reunião eleitoralista para o senhor Trump, eu estou disponível», disse Rohani, numa conferência de Imprensa.
O Presidente do Irão acusou ainda o Governo norte-americano de ter cedido a pressões de grupos extremistas, de sionistas (referentes a Israel) e da Arábia Saudita, quando decidiu romper o acordo nuclear, acrescentando que, dessa forma, «cometeu um enorme erro». Rohani disse ainda manter bons laços com a Rússia e a China, mas denunciou os países europeus que ainda se mantêm no acordo nuclear assinado em 2015 (Reino Unido, França e Alemanha) por se terem deixado corromper pelos Estados Unidos e «não cumprem as suas promessas».
Irão manterá a estratégia de reduzir compromissos no tratado nuclear
Até se encontrar um novo acordo, o Presidente iraniano disse que o seu país manterá a estratégia de reduzir os seus compromissos no tratado nuclear vigente, continuando a aumentar a produção de urânio enriquecido, bem acima dos níveis estabelecidos. Hassan Rohani acusou ainda «um Governo» de estar por detrás de duas explosões ocorridas em 10 de outubro a bordo de um navio petroleiro iraniano no mar Vermelho, sem especificar a que país se refere.
«Sem dúvida, um Governo esteve envolvido. Não foi a ação de terroristas, de um grupo ou de um indivíduo. Foi o trabalho de um Governo», disse Rohani, na conferência de Imprensa.
«Foi um ato hostil e traiçoeiro», disse o Presidente iraniano, que no passado tem acusado os Estados Unidos e a Arábia Saudita de ataques contra interesses iranianos na região do Golfo, onde têm ocorrido diversos incidentes militares de retaliação entre os países. Em setembro, EUA e Arábia Saudita atribuiram ao Irão a responsabilidade por um ataque na principal base de produção de petróleo saudita.
Rohani confirmou que tem uma gravação de vídeo em que se podem ver vários mísseis a ser disparados contra o navio «Sabiti», que foi atingido por dois deles, a cerca de 100 quilómetros da costa oeste da Arábia Saudita. A empresa proprietária do petroleiro já tinha divulgado fotos que revelavam dois buracos acima da linha de água do lado de estibordo do navio, atribuindo o rombo a um provável ataque de mísseis.
No sábado, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional Iraniana, Ali Shamkhani, garantiu que o ataque não ficaria sem resposta.
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