Presidente iraniano nega fornecimento de mísseis hipersónicos aos Huthis do Iémen

O presidente do Irão, Massoud Pezeshkian, negou hoje que Teerão esteja a fornecer mísseis hipersónicos aos rebeldes huthis do Iémen, um dia depois de o grupo ter reivindicado um ataque ao centro de Israel com essa arma.

Presidente iraniano nega fornecimento de mísseis hipersónicos aos Huthis do Iémen

“Uma pessoa demora uma semana a viajar para o Iémen [a partir do Irão], como é que os mísseis podem chegar lá?”, perguntou o líder reformista na sua primeira conferência de imprensa desde que tomou posse, no final de julho.

“Não temos tais mísseis para fornecer ao Iémen”, acrescentou Pezeshkian. 

O Irão já revelou, no entanto, o seu primeiro míssil hipersónico em junho de 2023, capaz de evitar “todas as defesas anti-míssil”, disseram na altura as autoridades iranianas. 

A República Islâmica do Irão lidera o chamado “Eixo da Resistência”, uma aliança anti-Israel que inclui o Hamas, o Hezbollah do Líbano e os Huthis do Iémen, entre outros.

Os xiitas islâmicos huthis, aliados do Irão, reivindicaram domingo o lançamento de um novo “míssil balístico hipersónico”, que atingiu com sucesso um alvo militar perto de Telavive, mas não o identificaram.

Em comunicado, o porta-voz militar dos Huthis, Yahya Sarea, disse que o míssil percorreu uma distância de 2.040 quilómetros em 11 minutos e 30 segundos, criando “um estado de medo e pânico entre os israelitas” que correram para os abrigos, embora não tenha especificado quaisquer danos causados.

O porta-voz huthi enquadrou esta ação na quinta fase da campanha militar dos rebeldes contra Israel na guerra em Gaza e representa “o culminar dos esforços para desenvolver tecnologia de mísseis para satisfazer as exigências da batalha e os seus desafios com o inimigo sionista”.

Reiterou o sucesso da operação em “superar todos os obstáculos e sistemas de interceção norte-americanos e israelitas em terra e no mar” e o seu compromisso em continuar a apoiar o povo palestiniano com mais operações no futuro de caráter mais “qualitativa”, quando se cumprirá em breve o primeiro aniversário do início da guerra na Faixa de Gaza.

Também domingo, e em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou os rebeldes iemenitas e, ironizando, convidou-os a “visitar o porto de Hodeida”, bombardeado pelo exército israelita em julho.

“Os Huthis devem saber que, nesta altura, retaliamos duramente contra aqueles que nos tentam prejudicar. Aqueles que precisam de ser lembrados estão convidados a visitar o porto de Hodeida”, avisou, no início de uma reunião governamental.

O exército israelita confirmou que um míssil ‘superfície-superfície’ foi lançado de manhã cedo contra o território israelita e que provavelmente se desintegrou em pleno voo, não causando vítimas.

 

JSD (EYC/EJ/JH) //APN

By Impala News / Lusa

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