Primeiro-ministro grego visita ilha de Santorini em crise sísmica e pede calma
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, apelou hoje à calma na ilha de Santorini, onde foi verificar as medidas preventivas adotadas em resposta à onda de sismos dos últimos dias.
“Quero garantir ao povo de Santorini e das outras ilhas que o Estado está ao seu lado”, disse Mitsotakis após chegar à ilha do Mar Egeu, que foi atingida por milhares de sismos desde 24 de janeiro.
“Esperamos que este fenómeno termine rapidamente e que a ilha volte à normalidade”, disse Mitsotakis, acompanhado pelo ministro da Proteção Civil e pelo governador da área, um dia depois de o Governo ter declarado o estado de emergência.
“É importante prevenir as situações em vez de enfrentá-las mais tarde”, acrescentou o líder conservador, pedindo aos residentes que “mantenham a calma” e ouçam as instruções da defesa civil.
Num período de cinco minutos, na manhã de hoje, foram registados dois sismos de magnitude 4,2 e 4,8 na escala de Richter a sudoeste da ilha vizinha de Amorgos.
Entre 26 de janeiro e 04 de fevereiro, foram registados mais de 7.700 sismos na área marítima em redor de Amorgos e Santorini, de acordo com o Laboratório de Sismologia da Universidade de Atenas.
“Todo o aparelho estatal está mobilizado”, disse Mitsotakis, acrescentando que uma equipa de especialistas ainda está a monitorar a sequência de sismos.
Unidades do exército grego, com veículos e unidades especiais, chegaram à ilha hoje para reforçar as equipas de emergência que já se encontravam no local.
Santorini, uma cidade com cerca de 25 mil habitantes e um dos destinos turísticos mais populares da Grécia – com cerca de três milhões de turistas por ano – tornou-se uma “ilha fantasma”, onde restam apenas 4 mil residentes, além de alguns visitantes estrangeiros, noticiaram hoje os meios de comunicação locais.
A maioria dos residentes abandonou a ilha nos últimos dias e estão na capital grega. A Câmara Municipal de Atenas vai abrir dois acampamentos, no sábado, para acolher os afetados pelos sismos.
Entretanto, as seguradoras estão a recusar-se a assinar novos contratos para casas em Santorini e Amorgos, e planeiam recusar-se a renovar contratos antigos que estão a expirar, segundo a televisão SKAI.
De acordo com um alerta emitido esta semana pelas autoridades gregas, existe um “alto risco” de deslizamentos de terra ao longo da famosa caldeira vulcânica de Santorini, onde foram construídas a capital da ilha, Fira, e uma das suas maiores cidades, Oia.
A maioria dos sismólogos e geólogos diz que as probabilidades de um sismo superior a magnitude 6 são pequenas, mas concordam que os tremores provavelmente continuarão a abalar a ilha durante várias semanas, talvez meses.
A atividade sísmica parece dever-se ao movimento das placas tectónicas na falha submarina de Anydros, entre Santorini e Amorgos, e não aos dois vulcões da zona, embora isso não signifique que os tremores não possam reiniciar a atividade vulcânica, alertam os especialistas.
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By Impala News / Lusa
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