Proposta do Governo tira 517 euros ao diretor da PSP, maior aumento fica abaixo dos 200 euros

A proposta do Governo para o novo suplemento de missão da PSP e GNR implica uma perda de 517 euros no ordenado do diretor da Polícia, enquanto o maior aumento na carreira não vai além dos 196 euros.

Proposta do Governo tira 517 euros ao diretor da PSP, maior aumento fica abaixo dos 200 euros

Segundo os cálculos da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), a proposta apresentada na quinta-feira representa uma perda remuneratória para uma parte significativa dos polícias, ao serem retiradas as duas variáveis (fixa de 100 euros e variável de 20% sobre o salário base) do suplemento por serviço e risco das forças de segurança (SSFS) para as substituir por um suplemento de missão que define uma percentagem sobre o salário base do diretor nacional da PSP, de 5126,22 euros.

No suplemento de missão proposto pelo Ministério da Administração Interna (MAI) é estipulado 7% daquela verba para a categoria dos agentes, ou seja, 365,14 euros. Com o desaparecimento das duas variáveis até agora existentes, a diferença pode variar entre um aumento de 72,86 euros para o nível remuneratório de um agente em início de carreira e uma perda de 64,69 euros para quem já está na última posição remuneratória dessa categoria.

Para os chefes está reservada uma percentagem de 9% sobre o salário do diretor nacional, ou seja, 469,46 euros. A diferença entre o novo suplemento e a retirada das duas variáveis do SSFS representa um aumento máximo de 81,74 euros no início desta carreira e uma diminuição no limite de 57 euros para os chefes no topo desta categoria.

Por último, os oficiais veem ser-lhes atribuída no novo suplemento de missão uma percentagem de 12%, isto é, 625,95 euros. Para aqueles que acabam de sair do instituto superior de polícia e que têm o cargo de subcomissário, a proposta do executivo pode traduzir-se num aumento de 196,12 euros — o maior neste suplemento de missão -, mas para o topo desta carreira, ou seja, o diretor nacional, a perda de dinheiro é também maior: 517,30 euros.

“Em bom rigor, tirar um para dar menos, ou dar um pouco, mas tributar mais… resultando sempre em prejuízo. E a ASPP/PSP não pretende alimentar algo que ficou anulado de forma clarividente, pela total oposição de todos os sindicatos. Em breve, a ASPP/PSP irá reunir a sua direção, a Plataforma reunirá também e serão apresentadas as contrapropostas devidas”, adiantou o sindicato em comunicado.

Na mesma nota, a ASPP/PSP apelou ainda à intervenção neste processo negocial do primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendendo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deve igualmente fazer “jus à sua posição sobre esta matéria”.

Os polícias exigem um suplemento de missão idêntico ao que o anterior Governo socialista atribuiu à Polícia Judiciária, que em alguns casos levou a um aumento de cerca de 700 euros.

No final da reunião com a ministra, os dirigentes dos sindicatos da PSP e das associações socioprofissionais da GNR manifestaram-se completamente contra esta proposta do Governo e afirmaram sentir-se “extremamente injustiçados”. A plataforma que congrega estas estruturas vai apresentar à ministra uma contraproposta na próxima reunião, em 15 de maio.

JGO (CMP) // ZO

By Impala News / Lusa

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