PSP recusa falha de segurança no planeamento da concentração de bombeiros no parlamento

A PSP rejeitou hoje que tenha havido falhas no planeamento do dispositivo de segurança para a concentração dos bombeiros sapadores na Assembleia da República, embora admitindo imprevistos que obrigaram ao desvio de meios.

PSP recusa falha de segurança no planeamento da concentração de bombeiros no parlamento

“Eu não creio que tenha havido falhas no que estava previsto no planeamento”, afirmou aos jornalistas o chefe da Área Operacional do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Manuel Gonçalves, depois de, ao início da tarde, centenas de bombeiros sapadores terem ocupado a escadaria da Assembleia da República durante uma concentração que incluiu igualmente o rebentamento de vários petardos e o incendiamento de pneus e de um fato de trabalho dos bombeiros.

Manuel Gonçalves disse aos jornalistas que a PSP tinha conhecimento da concentração organizada pelos bombeiros sapadores à frente da Assembleia da República e tinha os meios que considerava “adequados para garantir que o policiamento seria suficiente para fazer face a essa manifestação”.

Segundo explicou Manuel Gonçalves, a PSP faz, antes de cada manifestação, “uma avaliação prévia”, com base no histórico das manifestações organizadas pelo mesmo grupo de pessoas, sendo que os bombeiros sapadores já tinham estado no mesmo local “há várias semanas e sempre de forma pacífica, ordeira”.

“Nós partimos também do princípio, em função do histórico, que esta também seria, mas preparados para intervir em caso de necessidade”, frisou.

No entanto, Manuel Gonçalves salientou que, do contingente inicial que tinha sido mobilizado na Assembleia da República, alguns meios tiveram de ser desviados para desfiles dos bombeiros sapadores que não estavam previstos, que incluiu designadamente o reforço de segurança junto à sede do PS no Largo do Rato.

“Ou seja, uma planificação inicial que se resumia a ter a garantia da segurança junto à Assembleia da República nos moldes habituais, digamos assim, tornou-se de repente num posicionamento dinâmico em que, para além daquilo que aqui estava, tínhamos desfiles a decorrer em dois pontos distintos em direção a este local”, referiu.

A partir desse momento, prosseguiu o superintendente, o Corpo de Intervenção da PSP foi colocado de prevenção, tendo-se deslocado para a Assembleia da República, onde a situação estava “minimamente controlada”.

“Para nós, o facto de não ter havido nenhuma ação hostil da parte dos bombeiros é essencial na nossa reação. E, como tal, nós contivemos no cimo da escadaria este grupo de bombeiros e, a partir daí, houve um diálogo constante para lhes dar a entender que o posicionamento deles não era o mais adequado e nós, se necessário, iríamos intervir para que a ordem pública fosse retomada”, disse.

Questionado se, tendo em conta o que aconteceu hoje, preveem reforçar o policiamento das próximas concentrações deste tipo de sapadores bombeiros, Manuel Gonçalves respondeu: “Claramente esta situação terá impacto no próximo planeamento da nossa parte”.

“Obviamente não vamos poder permitir que uma situação destas aconteça, mas aí já temos um histórico que, aliás, nos dá legitimidade – porque legalidade já a temos – para, logo de início, impor condições e restrições a este grupo de pessoas”, afirmou.

Questionado se a PSP não ficou surpreendida, logo no início desta concentração, por terem sido utilizado explosivos e palavras de ordem forte, Manuel Gonçalves respondeu que não, porque já houve manifestações mais pacíficas destes bombeiros em que isso também aconteceu.

“Não iríamos nunca intervir numa situação de utilização de petardos ou de potes de fumo perante uma multidão porque, em termos de proporção e consequências, achamos que não se justificaria”, explicou.

TA // JPS

By Impala News / Lusa

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