Putin admite instalação de novos mísseis Oreshnik na Bielorrússia

O Presidente russo, Vladimir Putin, admitiu hoje em Minsk transferir para a Bielorrússia mísseis balísticos hipersónicos Oreshnik, que foram utilizados pela primeira vez em 21 de novembro contra uma fábrica de armas na Ucrânia.

Putin admite instalação de novos mísseis Oreshnik na Bielorrússia

“Considero possível o posicionamento de armas como os Oreshnik no território da Bielorrússia”, declarou Putin ao lado do homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, após a assinatura de um acordo mútuo sobre garantias de segurança.

Putin referiu como data possível para a transferência dos mísseis “o segundo semestre do próximo ano”, segundo a agência francesa AFP.

“Estes sistemas entrarão ao serviço das Forças de Mísseis Estratégicos e, paralelamente, iniciaremos a sua instalação em território bielorrusso”, afirmou também, citado pela agência espanhola EFE.

Putin voltou a enaltecer as qualidades “sem paralelo no mundo” dos Oreshnik, que disse serem indetetáveis pelos escudos antimísseis ocidentais existentes e capazes de atingir todas as capitais europeias.

Além dessas qualidades, destacou a precisão como a chave dos novos mísseis.

No âmbito da reunião do Soviete Supremo da União Estatal Bielorrússia-Rússia, Lukashenko e Putin assinaram um acordo sobre garantias de segurança, que prevê a utilização de armas nucleares em caso de ameaça externa, uma clara referência à NATO, segundo a EFE.

O acordo estabelece as obrigações de ambos os países em termos de defesa da soberania, independência, integridade territorial e ordem constitucional, bem como de garantia da inviolabilidade do território e das fronteiras da União Estatal.

Putin afirmou que a União Estatal, criada há 25 anos por Lukashenko e pelo seu antecessor, Boris Ieltsin, aprovou uma nova doutrina militar que tem em conta a “difícil situação internacional” e define medidas conjuntas para fazer face aos principais desafios e ameaças.

O acordo “permitirá uma proteção fiável da segurança da Rússia e da Bielorrússia, criando assim condições para um maior desenvolvimento pacífico e sustentável dos dois Estados”, disse.

Putin assegurou que a Rússia está pronta para defender a Bielorrússia “com todas as forças à sua disposição”, incluindo as armas nucleares táticas que instalou no país vizinho após o início da guerra na Ucrânia.

“Estamos também a falar das armas nucleares táticas russas instaladas no território da república a pedido do Presidente da Bielorrússia”, disse, citado pela agência russa TASS.

Putin autorizou o estacionamento de armas nucleares táticas em território bielorrusso como forma de dissuasão do avanço da NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

A Bielorrússia é um dos raros países que apoiam a guerra da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, tendo o seu território sido usado pelas forças russas no lançamento da invasão.

PNG // SCA

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS