Putin reage a ataque dos EUA e aliados
O Presidente russo afirmou que os ataques à Síria foram realizados sem qualquer enquadramento legal e constituem um «ato de agressão contra um estado soberano».
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou, este sábado, que os ataques à Síria foram realizados sem qualquer enquadramento legal e constituem um «ato de agressão contra um estado soberano».
Os ataques com mísseis foram realizados «sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, em violação da Carta das Nações Unidas e de normas e princípios do direito internacional” e constituem “um ato de agressão contra um Estado soberano que está na vanguarda da luta contra o terrorismo», refere Putin em comunicado.
Moscovo insiste que não existiu qualquer ataque com armas químicas por parte de Damasco e acusou as potências ocidentais de tentarem procurar uma desculpa para executarem o ataque.
«Especialistas militares russos que visitaram a cena deste incidente imaginário não encontraram evidências de uso de cloro ou outras substâncias tóxicas, e nenhum morador local confirmou um ataque químico», afirma Putin no comunicado.
Segundo o líder russo, o Ocidente tem “mostrado um desprezo” pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que deveria começar os seus trabalhos de verificação no local hoje, ao optar por “uma ação militar sem esperar pelos resultados da investigação”.
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«Através das suas ações, os Estados Unidos agravaram a crise humanitária na Síria, trazem sofrimento para a população civil, favorecem os terroristas que assolam há sete anos o povo sírio e causam uma nova onda de refugiados», considerou ainda a Rússia.
Os Estados Unidos da América, a França e o Reino Unido realizaram este sábadp uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
O embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antonov, advertiu que este ataque «não ficará sem consequências».
Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghuta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
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