Raimundo acredita que eleição da CDU será a “grande novidade”
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou hoje ter a “certeza absoluta” de que a “grande novidade” das eleições do próximo domingo na Madeira será a eleição de deputados da CDU, vincando que será uma “grande alegria”.

“Sinceramente, vou vos dizer, eu no domingo à noite espero ter uma grande alegria. Naturalmente, se elegermos, fico satisfeito, partidariamente falando, mas a minha maior alegria não vai ser essa”, disse, para logo explicar que será “saber que a CDU voltou a ser a voz que falta no parlamento regional, a voz desta gente toda que não tem voz”.
Paulo Raimundo falava aos jornalistas no âmbito de uma ação de campanha da candidatura da coligação PCP/PEV às eleições antecipadas da Madeira, encabeçada por Edgar Silva, na freguesia de Santo António, nas zonas altas do Funchal.
“Há uma coisa que eu tenho a certeza absoluta: é que aquilo que é a grande novidade das eleições no próximo domingo, aquilo que pode marcar a diferença, independentemente do cenário eleitoral, é a eleição ou a não eleição de um deputado da CDU ou de deputados da CDU”, afirmou.
O secretário-geral do PCP evitou, no entanto, comentar a sondagem divulgada na terça-feira pelo matutino madeirense JM, que coloca o PSD próximo da maioria absoluta e aponta para a eleição de um deputado comunista.
“Aquilo que eu posso garantir é que, pelos contactos que temos feito, pela recetividade, pelas iniciativas em que tenho participado, é que há, de facto, uma vontade muito grande de que a CDU regresse ao parlamento, porque se percebeu a falta que a CDU fez durante estes seis meses”, disse.
Os comunistas perderam o deputado que tinham na Assembleia Legislativa da Madeira nas eleições antecipadas de 26 de maio de 2024, mas estão confiantes no regresso.
Paulo Raimundo recusou-se, no entanto, a falar sobre a eventual disponibilidade da CDU para apoiar um governo de esquerda na região, sublinhando que apenas pode garantir que “os assuntos que ficaram fora do parlamento regional [com a saída do deputado] vão voltar ao parlamento regional”.
“Não vale a pena falarmos em cenários para lá, se este objetivo não se concretizar”, disse, para logo questionar: “De que vale estar a falar de cenários agora, desse ponto de vista, se este objetivo não se concretizar?”.
O secretário-geral do PCP considerou, por outro lado, que a atual crise ao nível do Governo da República não terá impacto no resultado eleitoral na região autónoma.
“Eu acho que a realidade é muito específica aqui na Madeira”, argumentou, sublinhando que “os madeirenses têm enfrentado sucessivas eleições e têm conseguido distinguir uma coisa da outra”.
“A realidade da vida aqui é muito intensa, os problemas são muitos e precisam de ser resolvidos e as pessoas sabem distinguir bem uma coisa da outra e trataremos dessas [eleições nacionais] depois de arrumarmos com estas”, disse.
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega — que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional minoritário do PSD, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque — e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS dois. PAN e IL têm um assento e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
DC // RBF
By Impala News / Lusa
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