Realojadas 70 famílias das casas de alvenaria do Bairro do Padre Cruz em Lisboa
Setenta famílias que viviam em casas de alvenaria no Bairro do Padre Cruz, em Lisboa, começaram hoje a ser realojadas em dois prédios de construção nova, estando ainda por resolver cerca de 100 situações.
“Quando tudo isto começou havia aqui 800 casas de alvenaria, só já nos faltam 100 […] houve um esforço muito grande que foi feito e agora vamos continuar, vamos continuar a construir para resolver os últimos casos”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), na entrega de chaves das novas habitações no Bairro Padre Cruz, na freguesia de Carnide.
Antes de entregar as chaves, Carlos Moedas visitou dois dos 70 novos apartamentos que começaram hoje a ser ocupados no âmbito do realojamento de famílias no Bairro Padre Cruz, lembrando que a construção destes dois prédios começou há dois anos, num investimento de seis milhões de euros, dos quais cinco milhões são financiamento europeu do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
As novas habitações vão “mudar a vida” às famílias deste bairro que moravam nas casas de alvenaria, “com péssimas condições”, e que “há tantos anos sonhavam com este realojamento”, indicou o presidente da câmara, referindo que “é um sonho que vem desde 2009”.
Destacando o trabalho de construção destes “prédios impecáveis” para “dar dignidade às pessoas”, Carlos Moedas revelou que, desde o início do mandato 2021-2025, a Câmara de Lisboa já entregou 2.272 casas.
“Este é um valor histórico”, realçou o autarca, referindo que, das 2.272 habitações entregues, pelo menos 1.200 resultam da reabilitação de casas municipais que estavam emparedadas, destacando também a concretização de “projetos que estavam só no papel”, como é o caso dos dois prédios hoje inaugurados.
Reforçando que a habitação tem sido uma prioridade deste mandato autárquico, o social-democrata apontou ainda o investimento da Câmara de Lisboa no Programa de Renda Acessível e no Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível.
Relativamente às cerca de 100 casas de alvenaria que ainda ficam por realojar no Bairro Padre Cruz, Carlos Moedas assegurou que o executivo municipal já está a lançar as obras para concluir o que falta, mas sem conseguir concretizar neste mandato.
No âmbito da entrega de 52 das 70 chaves dos dois novos prédios, em que cada morador recebeu também uma fotografia sua na antiga casa de alvenaria, o presidente da câmara agradeceu a “relação extraordinária” com o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa (PCP), o trabalho da vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), e a luta da presidente da Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz, Elisete Andrade, no âmbito do processo de realojamento, inclusive com a antiga vereadora Helena Roseta.
Carlos Moedas realçou também o programa Morar Melhor, que se destina à reabilitação dos bairros municipais de Lisboa, indicando que no Bairro Padre Cruz já foram investidos 10 milhões de euros com a intervenção em 51 edifícios, apesar de reconhecer que “ainda há muito por fazer”, como resolver o problema com os elevadores.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz, Elisete Andrade, disse o processo de realojamento tem sido “um sucesso”, admitindo que “não é fácil” convencer as famílias para a necessidade de saírem das casas de alvenaria, “porque são mudanças grandes para as pessoas”.
Há ainda “uma meia dúzia de casas que estão tal e qual como foram entregues há mais de meio século”, indicou Elisete Andrade, referindo que há telhados que têm amianto e habitações sem água quente e com “uma espécie de balde virado ao contrário nas casas de banho”.
“As casas que hoje são construídas são melhores. Podemos ainda questionar algum tamanho de divisões e tal, mas são já casas muito diferentes”, apontou a presidente da Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz.
SSM // MCL
By Impala News / Lusa
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