Rebeldes Huthis do Iémen libertam 153 prisioneiros

Os rebeldes Huthis, do Iémen, libertaram hoje 153 prisioneiros “ligados ao conflito” no país ao longo de uma década, dois dias depois de prenderem mais funcionários da ONU, anunciou o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Rebeldes Huthis do Iémen libertam 153 prisioneiros

“Esta operação […] trouxe o alívio e a alegria tão necessários às famílias que aguardavam impacientemente o retorno de seus entes queridos”, disse Christine Cipolla, chefe da delegação do CICV no Iémen.

“Sabemos que muitas outras famílias também estão à espera da possibilidade de se reunirem. Esperamos que a libertação de hoje leve a muitos outros momentos como este”, acrescentou Cipolla.

Os Huthis sinalizaram na noite de sexta-feira a intenção de libertar prisioneiros, parte de esforços para aliviar as tensões após o cessar-fogo na guerra Israel/Hamas na Faixa de Gaza. 

No entanto, a libertação dos 153 prisioneiros segue-se à detenção de sete funcionários iemenitas das Nações Unidas, o que levou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a condenar a “detenção arbitrária” e a exigir a “libertação imediata” dos presos, assim como a de todos os detidos desde 2021.

“Condeno veementemente a detenção arbitrária pelas autoridades Huthis de facto, em 23 de janeiro, de mais sete membros do pessoal da ONU em áreas sob o seu controlo. Exijo a libertação imediata e incondicional dos detidos na quinta-feira, bem como do pessoal da ONU, das organizações não-governamentais internacionais e nacionais, da sociedade civil e das missões diplomáticas detidos arbitrariamente desde junho de 2024 e dos detidos desde 2021 e 2023”, exigiu Guterres, através de um comunicado.

O secretário-geral da ONU insistiu que os seus funcionários – e parceiros – não devem ser perseguidos ou detidos no exercício das suas funções e exigiu garantias de segurança para os bens e funcionários da ONU.

“A sua detenção arbitrária contínua é inaceitável”, disse, argumentando que estes “ataques contínuos” têm um impacto negativo na capacidade de prestar ajuda aos “milhões de pessoas” necessitadas no Iémen.

Neste sentido, o representante da ONU exortou os rebeldes iemenitas a “agirem no interesse do povo iemenita e dos esforços globais para alcançar a paz” no país e prometeu que “continuará a trabalhar através de todos os meios possíveis” para conseguir uma “libertação segura e imediata das pessoas detidas arbitrariamente”.

A declaração de Guterres surge depois de a organização que representa ter informado, na sexta-feira, que as autoridades instaladas pelos rebeldes Huthis nas zonas sob o seu controlo no Iémen detiveram na quinta-feira vários funcionários da ONU, que se juntam aos 13 detidos desde junho de 2024 pelo grupo armado.

O grupo rebelde, que controla Sanaa e outras zonas do norte e oeste do país desde 2015, lançou vários ataques contra o território israelita e contra navios com ligações israelitas, na sequência da ofensiva desencadeada contra a Faixa de Gaza após os ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023.

A ONU interrompeu o trabalho no Iémen, onde fornecia alimentos, medicamentos e outras ajudas.

O novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a integrar os Huthis na lista de organizações terroristas, que fora revogada pelo antecessor, Joe Biden.

 

JSD (APL) // VM

By Impala News / Lusa

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