Resultados finais confirmam vitória esmagadora do presidente do Ruanda
A vitória esmagadora do Presidente ruandês, Paul Kagame, nas eleições presidenciais de 15 de julho foi confirmada com a publicação dos resultados finais, atribuindo 99,18% dos votos ao chefe de Estado.
O reeleito Paul Kagame obteve 99,18% dos votos, declarou a Comissão Nacional Eleitoral na noite de segunda-feira.
O chefe de Estado, de 66 anos e que lidera o pequeno país da África Oriental há 30 anos, alcançou uma percentagem superior aos 98,79% conquistados em 2017, depois de obter 95,05% em 2003 e 93,08% em 2010.
Apenas dois candidatos foram autorizados a concorrer nas eleições: Frank Habineza, líder do único partido da oposição autorizado (Partido Democrático Verde, DGPR), e o independente Philippe Mpayimana, que obtiveram 0,50% e 0,32% respetivamente.
Nas eleições legislativas, que aconteceram no mesmo dia das eleições presidenciais, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), de Kagame, e os seus aliados conquistaram 37 dos 53 lugares. Um número abaixo dos 40 lugares do sufrágio anterior.
O partido de Frank Habineza manteve dois lugares, enquanto os outros foram conquistados por aliados do RPF.
Os outros 27 lugares estão reservados por um sistema de quotas para mulheres, jovens e pessoas com deficiência. São atribuídos por voto indireto a candidatos que não pertençam a qualquer partido: 24 mulheres são eleitas pelos conselheiros municipais e regionais, dois jovens pelo Conselho Nacional da Juventude e uma pessoa com deficiência pela Federação das Associações de Deficientes.
Paul Kagame é o homem forte do Ruanda desde julho de 1994, quando ele e a rebelde Frente Patriótica Ruandesa (RPF) derrubaram o Governo extremista hutu que instigou o genocídio que, segundo a ONU, fez mais de 800.000 mortos, principalmente entre a minoria tutsi.
Inicialmente vice-presidente e ministro da Defesa, mas considerado o líder de facto do país, tornou-se Presidente em 2000, eleito pelo Parlamento após a demissão de Pasteur Bizimungu.
A Kagame é atribuída a recuperação económica do Ruanda após o genocídio, sendo também criticado pela falta de abertura democrática no país.
Várias vozes anti-Kagame foram impedidas de concorrer às eleições presidenciais.
CSR (SMM) // SB
By Impala News / Lusa
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