Rocha admite “pontos de contacto” entre IL e políticas de Milei na Argentina

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, admitiu hoje que há “pontos de contacto” entre o seu partido e as políticas adotadas pelo presidente argentino, Javier Milei, mas ressalvou que isso não significa “uma visão completamente alinhada”.

Rocha admite

“Há pontos de contacto. Não quer dizer que tenhamos uma visão completamente alinhada, nem completamente desalinhada. Acompanhamos com muito interesse o que se passa naquele país”, disse Rui Rocha, em declarações aos jornalistas em frente à embaixada da Argentina em Lisboa após uma reunião com o novo embaixador no país, Federico Alejandro Barttfeld.

Questionado se a IL se revê nas políticas que têm sido aplicadas pelo atual Presidente da Argentina, Javier Milei, Rui Rocha respondeu: “Os liberais não têm essa visão de estarem a fazer uma visão alinhada, alinhadíssima com determinadas figuras, determinados ídolos”.

“Os liberais mexem-se e movem-se pelas ideias. E, portanto, o que nós vemos na Argentina á uma situação de descalabro económico, social e político à qual os argentinos entenderiam responder com confiança numa visão política diferente”, afirmou, acrescentando que as “políticas adotadas na Argentina não são transponíveis para Portugal”.

“Temos outra realidade, enquadramento – temos o euro, não temos o peso – temos uma sociedade diferente”, frisou.

No entanto, Rui Rocha reconheceu que “há pontos” em que a IL concorda com a política que tem sido adotada na Argentina pelo ultraliberal Javier Milei, defendendo que também é preciso tomar medidas em Portugal para “aliviar o peso do Estado” e “ter menos consumo de recursos”.

Interrogado se faz um balanço positivo da governação de Javier Milei até agora, Rui Rocha disse que, mais importante do que a sua avaliação, é a “que os argentinos fizerem do trabalho que neste momento ainda está em curso”.

“Do que eu conheço da avaliação que é feita, ela parece ser positiva. Portanto, parece haver estudos de opinião que indicam que os argentinos, apesar das dificuldades que enfrentam, estão satisfeitos. Mas a grande sondagem será nas eleições e isso cabe aos argentinos, não à IL”, referiu.

Sobre se, a nível internacional, o liberalismo que está a ser praticado por Javier Milei é um dos que está mais alinhado com a visão da IL, Rui Rocha reiterou que as situações entre Portugal e a Argentina são diferentes.

“O que nós dizemos em Portugal é que, passo a passo, de forma assertiva, consistente, é necessário liberalizar a economia portuguesa, libertar as famílias baixar impostos focar no crescimento económico”, disse.

Numa alusão a medidas que foram aprovadas no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, Rui Rocha referiu que, caso isso não seja feito, o país estará sempre “a dizer que os salários são baixos, que as pensões são baixas, a distribuir 1% nas pensões, a reduzir 1 ponto percentual no IRC e a não fazer as discussões que importam no momento em que é necessário mesmo assegurar a competitividade do país”.

“Nós temos de depender menos da União Europeia (UE), a UE tem de depender menos dos Estados Unidos. Isso faz-se olhando para uma visão económica muito mais vincada no sentido da liberdade e do crescimento económico. É essa a visão da IL, não compramos visões de outros, temos a nossa e a nossa é boa. Portanto, basta-nos”, disse.

Enquanto decorria esta reunião, a IL emitiu um comunicado em que indica que se tornou membro da Internacional Liberal este fim de semana, durante o 64.º Congresso da organização que se realizou este fim de semana em Santiago, capital do Chile.

No comunicado, a IL refere que a Internacional Liberal é uma “federação global de partidos políticos liberais” e considera que a sua integração na organização “permite uma cooperação internacional mais aprofundada e reforça a sua missão de promover os valores liberais em Portugal e além-fronteiras”.

TA // JPS

By Impala News / Lusa

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