Rússia diz que visita de delegação dos EUA à Venezula é “correção de erros”
O embaixador russo na Venezuela disse que a visita de uma delegação dos EUA é uma admissão das “políticas equivocadas” e um reconhecimento de Nicolás Maduro como Presidente
O embaixador russo na Venezuela disse que a recente visita de uma delegação dos EUA a Caracas é uma admissão das “políticas equivocadas” de Washington. E um reconhecimento de Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela. “Consideramos esta viagem da delegação dos EUA como um sinal (…), um reconhecimento das suas políticas equivocadas em relação à Venezuela”, disse Sergey Melik-Bagdasárov. O embaixador falava durante uma conversa com o ministro venezuelano de Cultura, Ernesto Villegas, transmitida pela televisão estatal venezuelana.
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Segundo o diplomata, a aproximação “constitui uma prova de que agora aprenderam que existe apenas um Governo aqui. O do Presidente constitucional Nicolás Maduro Moros”. “Têm de tratar este país com respeito. (…) Não há outra explicação (…) para o que estão a fazer aqui, reconhecendo os seus erros e tentando corrigi-los”, frisou Melik-Bagdasárov. Questionado sobre se uma aproximação entre Washington e Caracas, e a eventual retoma das exportações de petróleo venezuelano para os EUA poderia incomodar Moscovo, o embaixador explicou que, “desde o início das agressões [sanções] norte-americanas à Venezuela”, a Federação Russa fez várias declarações “a favor da normalização” das relações entre ambos países. “Com base no respeito mútuo”.
“Têm de tratar este país com respeito”
Melik-Bagdasárov disse que a Venezuela mudou muito desde que chegou a Caracas, em março de 2020. O país “fortaleceu-se e a nossa cooperação bilateral fortaleceu-se”, acrescentou. O diplomata disse também que os dois países estão a reformular a cooperação em áreas como o turismo, saúde, vacinas e contactos de alto nível. Moscovo deu “apoio incondicional” a Nicolás Maduro. E agora tem o apoio incondicional do Governo venezuelano perante “as medidas coercitivas unilaterais. Que tomaram os EUA e alguns países, quase todos os países da Europa, contra da Rússia”, disse Melik-Bagdasárov. “A Rússia agora é líder do ponto de vista das sanções. (…) É a nossa vez, mas vamos aguentar”, sublinhou.
“Com a China, temos muito boas relações, políticas e económicas. Se aparecer um vazio nas relações com os países da Europa ou os EUA, vamos preencher esse vazio fortalecendo a cooperação com os países aliados. Como a China, Venezuela, Cuba, Nicarágua, Síria e muitos mais”, disse o embaixador. Segundo o diplomata, a “Rússia não cortou o abastecimento de gás (à Europa), nunca cortaria”. Mas “se alguns países quiserem desistir desse fornecimento, estão no seu direito”.
Em 5 de março, o Presidente da Venezuela recebeu uma delegação de alto nível de responsáveis da Casa Branca no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas. Um encontro que ele próprio considerou ter sido “cordial e muito diplomático”. A viagem a Caracas, segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, teve como objetivo “discutir diferentes questões. Entre elas, claro, a segurança energética” numa altura de escalada do preço do petróleo, devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
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