Rússia isenta de responsabilidade penal quem participa na guerra

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou hoje uma lei que isenta de responsabilidade penal os contratados das Forças Armadas que participam na “operação militar especial” russa na Ucrânia.

Rússia isenta de responsabilidade penal quem participa na guerra

A lei foi proposta pelo presidente da Comissão de Construção do Estado e Legislação da Duma Russa, Pavel Krasheninnikov, em colaboração com os presidentes das comissões de Defesa, Andrei Kartapolov, e do Conselho Federal de Legislação Constitucional, Andrei Klishas.

Além disso, o porta-voz do grupo parlamentar do partido de Putin, Rússia Unida, Vladimir Vasiliev, anunciou que estão a estudar “em profundidade” o possível restabelecimento da pena de morte.

“Muitas questões estão a ser levantadas sobre a pena de morte. Sem dúvida, este tema será estudado de maneira profunda, profissional e significativa, e será tomada uma decisão que satisfará o estado de espírito e as expectativas da nossa sociedade”, afirmou Vladimir Vasiliev, de acordo com o canal de notícias russo Astra.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional (TPI) informou a abertura de dois processos por alegados crimes de guerra contra a Rússia no contexto da invasão da Ucrânia emitindo várias ordens de prisão, inclusive um mandado de captura contra o Presidente russo, Vladimir Putin.

Em resposta, o presidente da Duma da Rússia, Vyacheslav Volodin, apelou à proibição legal em território russo das atividades do TPI.

A propósito dos dois anos da invasão russa, em fevereiro deste ano, a Amnistia Internacional (AI) pediu a total responsabilização da Rússia pelos crimes cometidos desde 2014 na Ucrânia, declarando que só assim haverá justiça para os ucranianos.

SSM (DMC/PSP/CSR) // PDF

By Impala News / Lusa

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