Rússia quer ordem dos EUA a Kiev para garantir comércio no Mar Negro
A Rússia exigiu hoje uma ordem dos Estados Unidos à Ucrânia para um acordo sobre a navegação comercial no Mar Negro e apelou ao levantamento das restrições ao comércio de cereais e fertilizantes russos.

“A nossa posição é simples: não podemos confiar na palavra dessa pessoa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, a uma televisão russa, referindo-se ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência espanhola EFE.
Lavrov insistiu que a Rússia precisa de garantias claras sobre o comércio no Mar Negro.
“Estas garantias só podem ser o resultado de uma ordem de Washington a Zelensky”, afirmou Lavrov, também citado pela agência francesa AFP
Lavrov exigiu igualmente que a Rússia deixasse de ser excluída do mercado mundial de fertilizantes e cereais devido às sanções ocidentais por ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022.
O ministro disse que a Rússia é “a favor da retoma da iniciativa do Mar Negro sob uma forma mais aceitável para todos”.
Referiu que a questão foi debatida como uma prioridade nas conversações com representantes dos Estados Unidos que decorreram na segunda-feira na Arábia Saudita.
Lavrov afirmou que Moscovo quer que “o mercado dos cereais e o mercado dos fertilizantes sejam previsíveis” para que ninguém tente retirar a Rússia destes mercados.
Segundo Lavrov, a Rússia está preocupada com a situação alimentar em África e noutros países do Sul global que disse terem sofrido com “os jogos do Ocidente”, de acordo com a agência russa TASS.
A chamada Iniciativa do Mar Negro esteve em vigor entre 2022 e 2023, permitindo s exportação de cereais ucranianos, vitais para o abastecimento alimentar mundial, que estavam retidos nos portos do país cercados pela Rússia.
A Rússia retirou-se do acordo ao fim de um ano, queixando-se de que o Ocidente não estava a honrar os compromissos de aliviar as sanções sobre as exportações russas de produtos agrícolas e fertilizantes.
O acordo teve mediação do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da Turquia, país onde funcionou uma comissão conjunta de inspeção dos navios envolvidos no transporte dos cereais ucranianos por Moscovo recear que transportassem armas para Kiev.
Durante a vigência do acordo, saíram da Ucrânia cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos agrícolas, o que afastou o cenário de insegurança alimentar mundial.
Posteriormente, a Ucrânia conseguiu continuar a exportar cereais por outras rotas seguras.
PNG // APN
By Impala News / Lusa
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