Sampaio: Basílio Horta recorda amigo e diz que “Sintra perde um dos seus melhores”
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, disse hoje estar “profundamente triste” pela morte do ex-chefe de Estado Jorge Sampaio, considerando que “Sintra perde um dos seus melhores”.
Numa mensagem deixada na rede social ‘Facebook’ Basílio Horta, que apoiou Sampaio nas presidenciais de 1996, confessou estar “profundamente triste” com a perda de “um amigo”.
“Perdi hoje um amigo que sempre respeitei e admirei. Apoiei o Dr. Jorge Sampaio nas suas caminhadas presidenciais, estivemos juntos em tantos e tantos momentos”, lembrou.
O autarca recordou Sampaio, que fez os primeiros anos de escola em Sintra, como “um sintrense de coração, de alma e de devoção”, defendendo que “Sintra perde um dos seus melhores”.
“Não comecei a caminhada em Sintra sem ter a certeza do seu apoio e caminhou sempre ao meu lado. Querido Presidente Jorge Sampaio: quantas saudades teremos suas. Quanta falta fará a todos nós. Quantas lembranças nos deixa e que tamanha foi a sua vida! Obrigado querido amigo. Para sempre no meu coração”, lê-se na mensagem, acompanhada de várias fotografias de ambos.
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, disse à agência Lusa fonte da família.
O ex-chefe de Estado estava internado desde dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias.
Sampaio estava no Algarve, mas após sentir dificuldades respiratórias, e “dado o seu historial de doente cardíaco”, foi transferido para Lisboa, disse na altura com fonte do seu gabinete.
Jorge Sampaio, 81 anos, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.
Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país.
Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.
Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial
Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978.
Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
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