Sargentos e praças querem que Governo esclareça com quem vai negociar aumentos e em que termos
As associações militares de sargentos e praças querem que o Governo esclareça com quem tenciona reunir-se sobre negociações salariais nas Forças Armadas e com que objetivos, afirmando que ainda não foram contactados para iniciar este processo.
“Antes de mais é preciso perceber do que é que estamos a falar. Que negociações são, sobre que matérias, com que objetivos e com quem”, salientou o sargento António Lima Coelho, presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS).
Hoje, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, afirmou que antes de o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado que o Governo ia “colocar em marcha” negociações com militares para valorização de salários, já o seu ministério tinha reunido com as chefias militares e as associações.
Nuno Melo afirmou que “nestes próximos dias, talvez nestas próximas semanas”, o Governo deverá “reunir com uns e com outros”.
“Mas esse caminho já tinha sido feito, de resto foi esse caminho que nos permitiu identificar as prioridades e aquilo que achamos serão a concretização de medidas que darão resposta a cada um destes problemas que serão para muito em breve”, afirmou.
Questionado sobre estas declarações, António Lima Coelho afirmou que “a única reunião que houve com o senhor secretário de Estado da Defesa, ao contrário do que pode entender-se das palavras do senhor ministro, não foi negociação alguma”, tendo sido apenas “um primeiro contacto” após a tomada de posse do novo executivo.
“Não há negociações, não houve negociações, não sabemos quais os temas dessa negociação, na qual queremos efetivamente participar ao abrigo da lei”, sublinhou Lima Coelho.
Também a Associação de Praças (AP), pela voz do cabo-mor Paulo Amaral, afirmou que ainda não foi contactado para o início de negociações salariais nas Forças Armadas, tendo tido uma reunião com o secretário de Estado Adjunto e da Defesa, Álvaro Castelo Branco, para “ouvir preocupações” há “mais de um mês”.
“O senhor ministro terá que dizer claramente com quem é que quer fazer essas reuniões para as negociações salariais. Entendemos que as reuniões terão que ser com as associações profissionais militares. Nós gozamos do direito de sermos escutados, ouvidos e participarmos nessas reuniões. Enquanto o senhor ministro não esclarecer totalmente aquilo que quer dizer com a questão de vai haver reuniões para negociações salariais, nós continuamos à espera”, defendeu.
Na quinta-feira, no final da cimeira da NATO, em Washington, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo irá “colocar em marcha” o processo negocial com os militares com vista a uma valorização remuneratória, sem se comprometer com montantes mas garantindo que não irá comprometer as contas públicas.
ARL (FM /SMA) // SF
By Impala News / Lusa
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