«Sem emprego as pessoas não se fixam no interior, não vale a pena ter ilusões»
O secretário de Estado da Valorização do Interior afirmou esta sexta-feira que, se houver emprego, as pessoas fixam-se no Interior, e, se não houver, «não vale a pena ter ilusões», porque os cidadãos procuram locais onde se possam realizar pessoal e profissionalmente.
«Quando falamos do desenvolvimento do interior (…), o que é essencial, é efetivamente o emprego. Se tivermos emprego, fixamos pessoas, se não tivermos emprego, não vale a pena termos ilusões, porque as pessoas vão à procura de locais onde se possam realizar pessoal e profissionalmente. E por isso é que é tão importante a política para o emprego», afirmou João Paulo Catarino, secretário de Estado da Valorização do Interior, durante a sessão de abertura do 1.º Fórum Empresarial da Beira Baixa.
O governante explicou que este é um dos pontos que consta no programa de valorização do interior e adiantou que quem fixa efetivamente as pessoas e quem cria emprego são os empresários. «Quem fixa e cria emprego são os empresários e quando decidem a localização do seu investimento podem fazê-lo por critérios sentimentais e muitas vezes fazem-no. Mas, o que é efetivamente verdade é que, nos últimos anos, as pessoas fazem essa escolha [investimento] por critérios puramente racionais e, aí, avaliam os custos de contexto», sustentou.
João Paulo Catarino entende que apesar de haver emprego público, nunca será este a resolver os problemas do país, tal como não o fez nos últimos 10 ou 12 anos: «Felizmente, é o emprego privado». Adiantou que o Estado se quer ter efetivamente os empresários a investir no interior tem que lhes dar «melhores condições» para aí localizarem as suas empresas.
«É isso que temos estado a fazer ultimamente. É fundamental a intervenção do Estado na redução dos custos de contexto e na criação de incentivos às empresas para que invistam no interior», afirmou.
O secretário de Estado sublinhou que o Governo, no sentido de combater as assimetrias regionais e de reduzir esses custos de contexto, iniciou um processo de diferenciação positiva ao nível dos apoios estatais e comunitários para as regiões menos povoadas e mais frágeis do ponto de vista económico e social.
Como exemplos, avançou com o reforço dos benefícios fiscais ao investimento que estão plasmados no Orçamento do Estado (OE) de 2019, redução das portagens em 2016 e nova redução do início de 2019 e os vários programas de incentivo lançados exclusivamente para os territórios do interior.
«Ao nível do sistema de incentivos do PT 2020, com regime de bonificações para as candidaturas oriundas de territórios do interior, temos, nos concelhos do distrito de Castelo Branco, 207 projetos aprovados, que representam um investimento de mais de 180 milhões de euros, dos quais mais de 108 milhões de incentivo público», frisou.
Realçou ainda que a Beira Baixa, ao nível das exportações, tem registado, nos últimos quatro anos, «um aumento significativo», tendo atingido em 2018, um volume de exportações que ultrapassou os 150 milhões de euros.
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