Síria: EUA levantam algumas restrições das sanções para ajuda humanitária

Os Estados Unidos aliviaram hoje algumas restrições ao Governo de transição da Síria para permitir a entrada de ajuda humanitária, depois da queda do ex-Presidente sírio Bashar Assad no mês passado, mas as sanções contra Damasco continuam em vigor.

Síria: EUA levantam algumas restrições das sanções para ajuda humanitária

O Departamento do Tesouro emitiu uma licença geral, com a duração de seis meses, que autoriza determinadas transações com o Governo sírio, incluindo vendas de energia, quando o país enfrenta cortes críticos de eletricidade.

Esta medida das autoridades de Washington não levanta as sanções à Síria, um país devastado por mais de uma década de guerra civil, mas indica uma demonstração limitada de apoio ao novo executivo de transição, liderado pelos rebeldes que afastaram Bashar al-Assad em 08 de dezembro.

A licença sublinha o compromisso dos Estados Unidos em garantir que as suas sanções “não impeçam atividades que satisfaçam as necessidades humanas básicas, incluindo a prestação de serviços públicos ou assistência humanitária”, segundo uma declaração do Departamento do Tesouro.

Desde a queda de Assad, os representantes das novas autoridades de facto do país, que emanam dos rebeldes formados a partir de grupos de inspiração islamita, têm afirmado repetidamente a sua intenção de construir um país inclusivo e aberto ao mundo.

A administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, decidiu em dezembro retirar uma recompensa de 10 milhões de dólares (9,6 milhões de euros) que tinha oferecido pela captura de Abu Mohammad al-Jolani, líder da Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS) e da coligação de rebeldes que afastou Assad no mês passado.

O anúncio surgiu após um encontro em Damasco entre al-Jolani que entretanto abandonou o seu nome militar e é agora designado como Ahmad al-Charaa) e a principal diplomata norte-americana para o Médio Oriente.

Barbara Leaf liderou a primeira delegação diplomática dos Estados Unidos à Síria desde a deposição de Assad, ainda que há bastante tempo que Washington e a ONU considerem o HTS como uma organização terrorista, bem como al-Charaa, que já esteve alinhado com a al-Qaida,

O HTS comandou uma operação relâmpago que em poucos dias derrubou Assad em 08 de dezembro e pôs fim ao governo autoritário de décadas da sua família.

Desde 2011 até à fuga do ditador sírio para a Rússia, a revolta e a guerra civil na Síria mataram cerca de 500 mil pessoas.

 Grande parte do mundo cortou relações diplomáticas com Damasco devido à brutal repressão sobre os manifestantes que se levantaram contra o regime em 2011 e impôs sanções ao Governo sírio e aos seus aliados russo e iraniano.

Grande parte das infraestruturas da Síria está destruída ou não consegue satisfazer as necessidades da população, com cortes de energia que mantêm a maior parte do país, incluindo a capital, sem eletricidade por longas horas todos os dias.

Estima-se que 90% da população viva abaixo da linha de pobreza e que metade enfrente insegurança alimentar.

 Em 2023, um terramoto matou mais de 59 mil pessoas na Síria e destruiu uma grande quantidade de infraestruturas críticas, que não puderam ser reparadas devido às sanções, apesar de os Estados Unidos terem anunciado algumas isenções humanitárias.

 

HB // RBF

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS