Sobe para 131 mortos e 63 feridos após explosão na capital da Serra Leoa
O número de mortos na explosão de sexta-feira na Serra Leoa, causada pelo embate de um reboque num camião que reabastecia numa estação de serviço na capital, Freetown, subiu para 131, anunciaram hoje as autoridades locais.
“O número de mortos [na capital da Serra Leoa] aumentou para 131 e 63 pessoas foram hospitalizadas”, disse o diretor de comunicações da Agência Nacional de Gestão de Catástrofes, Mohamed Lamrana Bah, citado pela agência France-Presse. A explosão ocorreu em 5 de novembro, e várias pessoas que viviam nas proximidades, bem como taxistas, vendedores de rua e motociclistas aproximaram-se do local, após o incidente, com baldes e bidões para recolher o combustível, que escorria do camião, antes de o veículo explodir. Esta prática de recolha do combustível derramado dos camiões é comum em países africanos, apesar do perigo.
O principal hospital de Freetown estava “sobrecarregado” e as famílias tinham “dificuldade em identificar os seus entes queridos queimados ou mortos, pois os corpos estão gravemente carbonizados”, explicou o secretário-geral da Cruz Vermelha na Serra Leoa, Kpawuru E.T. Sandy. O Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, declarou na segunda-feira três dias de luto nacional e participou num serviço religioso para honrar a memória dos mortos, sendo que a maioria foi enterrada nesse dia. A cerimónia contou também com a presença de outros altos funcionários do Governo e familiares das vítimas.
No sábado, o diretor de África da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Mohammed Mukhier, descreveu o incidente como “desolador para um país que ainda tem memórias de outras catástrofes”, como os deslizamentos de terras de 2017, com mais de mil mortos, ou a epidemia de Ébola entre 2014 e 2016, que matou quase 4 mil pessoas só na Serra Leoa.
A Serra Leoa, uma antiga colónia britânica com uma população de 7,5 milhões de habitantes, é um dos países mais pobres do mundo, apesar de ser rico em diamantes. A sua economia, atormentada pela corrupção, foi devastada por uma guerra civil (1991-2002) que matou 120 mil pessoas. O país estava ainda a tentar recuperar dos efeitos da epidemia de Ébola quando foi atingida pela pandemia de covid-19.
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