Supostos terroristas matam e raptam em Cabo Delgado

Um morto e pelo menos sete crianças raptadas é o resultado de um novo ataque atribuído a alegados terroristas no distrito de Mocímboa da Praia, na província moçambicana de Cabo Delgado, disseram hoje à Lusa fontes locais.

Supostos terroristas matam e raptam em Cabo Delgado

Segundo as mesmas fontes, o ataque ocorreu na quinta-feira, na aldeia de Mumu, a mais de 30 quilómetros da sede distrital, após o suposto grupo de terroristas atacar a comunidade.

“Estavam num grupo maior, começaram a disparar e mataram um nosso irmão e levaram outras pessoas, na sua maioria crianças”, disse uma fonte local.

Após o ataque, a comunidade de Mumu informou a Força Local que começou a patrulhar a zona para tentar conter as investidas dos rebeldes.

“A Força Local está connosco, vamos ver se algo melhora”, disse outra fonte.

Alguns camponeses também dizem estar com receio, visto que o grupo de alegados terroristas continua nas matas.

“Se isso continuar, corremos o risco de deixar as nossas machambas [campos agrícolas]”, disse outra fonte.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

As Forças de Segurança do Ruanda (RSF, na sigla em inglês) vão enviar um novo contingente para apoiar o combate aos grupos terroristas em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, segundo as autoridades ruandesas.

De acordo com uma informação do Ministério da Defesa do Ruanda, o major-general Wilson Gumisiriza, comandante da Divisão de Infantaria Mecanizada das Forças de Defesa do Ruanda (RDF), despediu-se na quinta-feira do contingente das RSF “antes do seu envio para a província de Cabo Delgado”.

“O encontro, realizado no Quartel Militar de Kami, em Kigali, incluiu membros da RDF e da Polícia Nacional do Ruanda (RNP) enquanto se preparam para a sua missão, com base em acordos bilaterais entre o Ruanda e Moçambique”, refere a mesma informação, sem avançar mais dados sobre o contingente mobilizado.

Dirigindo-se ao contingente, o major-general Gumisiriza instou-os a “defender os valores da RDF, a manter a disciplina e a incorporar o trabalho em equipa para representar eficazmente o Ruanda”, refere-se na mesma informação do Ministério da Defesa.

“Esta missão destaca a parceria contínua entre o Ruanda e Moçambique, reforçando os acordos que fortalecem a cooperação entre as duas nações”, acrescenta o Governo ruandês.

Uma força de mais de dois mil militares do Ruanda combate desde 2021 os grupos terroristas que operam na província de Cabo Delgado, protegendo nomeadamente a aérea em que a francesa TotalEnergies tem um empreendimento para explorar gás natural, após acordo entre os dois governos.

Esta força começou a ser reforçada em abril, na sequência da saída progressiva da missão militar dos países da áfrica austral.

O Conselho da União Europeia (UE) aprovou em novembro um apoio adicional de 20 milhões de euros para as forças do Ruanda no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, considerando que este destacamento “tem sido fundamental”.

A medida, um “complemento” à assistência existente ao abrigo do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, visa “continuar a apoiar o destacamento da Força de Defesa do Ruanda na província moçambicana de Cabo Delgado”, indicou na altura um comunicado da estrutura que junta os Estados-membros da UE.

No documento referiu-se ainda que este apoio permitiria a aquisição de equipamento pessoal e cobriria os custos relacionados com o transporte aéreo estratégico necessário para apoiar o destacamento ruandês em Cabo Delgado.

Este destacamento teve início em julho de 2021, a pedido das autoridades moçambicanas, para apoiar a luta contra o terrorismo em Cabo Delgado e, de acordo com o Alto Representante da UE para os Negócios estrangeiros e Política de Segurança “tem sido fundamental para fazer progressos”.

 

RYCE/PVJ // VM

By Impala News / Lusa

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