CEO da TAP estava à espera de ser despedida mas não por justa causa

A presidente executiva da TAP disse que estava à espera de ser despedida, mas não por justa causa, após reunião com João Galamba na manhã da conferência de imprensa do anúncio da exoneração dos presidentes da companhia.

CEO da TAP estava à espera de ser despedida mas não por justa causa

Christine Ourmières-Widener, que foi ouvida na terça-feira na comissão de inquérito à TAP, já tinha dito que tinha tido uma reunião com o ministro das Finanças na véspera da conferência de imprensa onde foi anunciada a exoneração com justa causa, mas que não sabia da decisão. Após quase sete horas de audição, a gestora adiantou que teve também uma curta reunião de 10 ou 15 minutos com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na manhã da conferência de imprensa, a pedido da presidente executiva da companhia aérea.

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“Não sabia da justa causa, de todo, antes da conferência de imprensa. Estava apenas à espera de ser demitida”, disse Ourmières-Widener. Em resposta ao deputado socialista Carlos Pereira, que acusou a gestora de ser a única envolvida no processo que não assumiu responsabilidades, Christine Ourmières-Widener disse ficar “muito desconfortável” com aquelas afirmações, uma vez que só assume responbilidades “por questões em que sou responsável”, sublinhou.

Questionada ainda sobre a nomeação de Alexandra Reis para presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal – Navegação Aérea, após saída da TAP, a gestora disse que, quando soube, enviou uma mensagem ao Ministério das Infraestruturas e da Habitação onde se manifestava surpreendida com a decisão.

Já sobre a privatização da TAP, a gestora disse que a consultora americana Evercore está a trabalhar no processo, que ainda não começou, há nove meses, sem contrato, desconhecendo se foi feito algum pagamento pelos serviços. Christine Ourmières-Widener foi a terceira personalidade, de uma lista de cerca de 60, a ser ouvida pela comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, constituída por iniciativa do Bloco de Esquerda.

A ainda presidente executiva da TAP contestou o despedimento e acusou o Governo de ter tido “pressa política” para a demitir, segundo a contestação da defesa, citada pela TVI/CNN. O Governo anunciou, em 06 de março, que a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) tinha concluído que o acordo celebrado para a saída antecipada de Alexandra Reis da TAP era nulo e que ia pedir a restituição dos valores.

Os ministros das Finanças e das Infraestruturas anunciaram também a exoneração com justa causa da presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja. A verificação pela IGF da legalidade da indemnização paga a Alexandra Reis foi determinada em 27 de dezembro do ano passado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Em dezembro, Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro, tendo então estalado a polémica sobre a indemnização que recebeu quando saiu da companhia aérea detida pelo Estado, levando a uma remodelação no Governo, incluindo a saída de Pedro Nuno Santos, que foi substituído por João Galamba.

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